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Educação

Foto: Divulgação

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O secretário da Educação do Estado do Tocantins, Fábio Vaz, destacou a visão estratégica presente em todos os mandatos do ex-governador Siqueira Campos, que faleceu em Palmas, nessa terça-feira, 4, deixando um importante legado para a educação tocantinense. “Siqueira Campos era um homem de visão, enxergava oportunidades onde pouca gente conseguia perceber. Falar de Siqueira Campos vem logo na mente o programa Pioneiros Mirins, presente em todos os municípios do Tocantins. Era um programa que levava esperança para todas as famílias, porque gerava renda e os participantes tinham que estudar, faziam aulas de reforço. Siqueira Campos também lançou programas como o Progestão, que teve o objetivo de formar os gestores escolares. Ele também inovou nos programas de formação, de premiações para os alunos. E, hoje, como secretário da Educação, sinto orgulho de poder dar continuidade a tantas ações que foram realizadas e de construir um novo amanhã, levando modernidade tecnológica, estrutura e equipamentos para todas as escolas do Tocantins. Somos gratos ao Siqueira Campos por todo o legado que ele nos deixou”, afirmou Fábio Vaz.

José Wilson Siqueira Campos conseguiu o respeito e a admiração de milhares de pessoas de diferentes idades e etnias. Sua história começou com um sonho, o de construir um Estado, e do seu sonho, nasceu o Tocantins, numa época em que poucos acreditavam ser possível, após um período de greve de fome e da criação da mais moderna Constituição Brasileira, a de 1988. 

Ele foi o primeiro governador do Tocantins, cargo que exerceu por quatro vezes, de 1989 a 1991, de 1995 a 1998, de 1999 a 2003 e de 2011 a 2014.

O educador Adolfo Bezerra de Menezes, diretor de Gestão da Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), começou a trabalhar na educação numa escola em Taquaruçu, de 1995 a 1996, ele lembra bem os desafios que a educação enfrentou no início da criação do Estado. “Eu trabalhava como contrato e recebia o cheque referente ao pró-labore. Esses cheques nominais eram enviados de Goiânia de ônibus para Palmas. Na época, a delegada de ensino era Ninfa Mascarenhas. Eram poucas escolas e distantes, por isso, a coragem de Siqueira Campos em construir um estado trouxe muitas mudanças para a região. Podemos dizer que foi no seu governo que a estrutura da educação começou a ser formada em todos os sentidos”, comentou Adolfo.

A paraibana Marta Helena Araújo veio para o Tocantins no início da criação do Estado, para trabalhar no projeto Sistema Modular de Ensino (Some), que consistia em enviar professores para as cidades tocantinenses. Esses profissionais ficavam três ou quatro meses compartilhando conteúdo da educação básica. Marta Helena começou a trabalhar em Carmolândia, em 1994, e, depois, foi para Abreulândia, Crixás do Tocantins, Recursolândia, São Miguel do Tocantins e Lagoa do Tocantins. Em algumas cidades era necessário construir uma sala de aula de palha para os professores trabalharem. “O Some foi um programa pioneiro, de uma grandeza ímpar no ensino e na aprendizagem para as comunidades. Éramos considerados os desbravadores na época áurea do início do Estado. E Siqueira Campos tinha uma visão ampla, é um estadista completo, não teve receio de inovar”, frisou Marta Helena.

A educadora Neuma Maria Matias Pinheiro era técnica do Ensino Médio e viu nascer os principais projetos que ajudaram a dar um novo sentido para a educação do Tocantins. Neuma contou que outro projeto criado na época de Siqueira Campos foi o projeto Fique-Ligado, que eram aulas ministradas nos telecentros, com a presença de um professor/coordenador que tinha o objetivo de promover condições para as pessoas concluírem o ensino médio e se sentirem mais preparadas para o mercado de trabalho.  Outros projetos surgiram para dinamizar o processo educativo da população e fazer o Estado avançar em todos os sentidos.

“Siqueira Campos foi importante na luta pela independência do Tocantins e foi um grande empreendedor em tudo o que ele fez. Foi uma liderança muito forte para todos nós, e o Tocantins deve muito ao Siqueira Campos”, lembrou a professora Neuma.