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Ciência & Tecnologia

Doutora Jaqueline Cibene Moreira Borges.

Doutora Jaqueline Cibene Moreira Borges. Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Doutora Jaqueline Cibene Moreira Borges. Doutora Jaqueline Cibene Moreira Borges.

Caninana e cipó-cruz são alguns dos nomes populares da Chiococca alba, uma espécie facilmente encontrada no cerrado brasileiro e que tem sido estudada por sua propriedade antiviral contra a dengue. Nas últimas semanas, um extrato da planta foi patenteado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em nome da professora do curso de Farmácia da Universidade de Gurupi – UnirG, doutora Jaqueline Cibene Moreira Borges. 

A pesquisa foi realizada por ela durante os estudos do doutorado em Biodiversidade e Biotecnologia, pelo Programa de Pós-Graduação da Amazônia Legal da Rede (PPG Bionorte).

Essa é a primeira patente concedida a pesquisadores do Tocantins envolvendo o extrato de uma planta para essa finalidade.

A pesquisa teve início há quase nove anos, sob a orientação do professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), doutor Raimundo Wagner de Sousa Aguiar, e contou com a colaboração do Dr. Alex Sander Rodrigues Cangussu e Dr. Cristiano Bueno de Moraes, também da UFT.

“Foi realizado um estudo de bioprospecção, que visa buscar compostos originados de plantas que possam, eventualmente, resultar no desenvolvimento de um produto. Entre as espécies estudadas, a Chiococca alba mostrou efeito satisfatório contra o mosquito da dengue”, explica a doutora Jaqueline.

O extrato é destinado a formulações por via oral para terapia antiviral contra o vírus DENV-2. “O uso da composição proposta tem aplicação futuras também para o Sistema Único de Saúde em pacientes que forem diagnosticados com dengue”, disse Cibene.

A pesquisadora pretende continuar com os estudos em novas fases da pesquisa. “Esperamos contar com o auxílio de alguma multinacional que possa investir em pesquisas mais avançadas na fase clínica. Com essa patente temos a possibilidade de impulsionar outros estudos a partir da mesma planta”, disse.

Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UnirG, doutor Fábio Pegoraro, o registro de patente é muito importante para o aprimoramento da cultura empreendedora e científica na universidade.

“É muito gratificante e extremamente importante termos na UnirG professores com registro de patentes. Além de desenvolver uma cultura empreendedora nos estudantes, esses docentes desempenham um papel crucial na transferência de tecnologia do ambiente acadêmico para o setor produtivo. Isso pode levar ao desenvolvimento de produtos e serviços inovadores que beneficiam a sociedade e a economia”, frisa Pegoraro.

O depósito do projeto no INPI, que é o pedido para o registro, foi realizado em 2018. Desde então passou por rigorosa avaliação até a concessão da carta de patente de invenção, com validade de 20 anos.

Outro projeto, de uso de extrato acetona de Peltastes peltatus como agente antiviral contra o vírus DENV-2, também desenvolvido pela Drª Jaqueline, está em fase de análise no INPI, aguardando registro de patente.