Nesta última semana a cidade do Rio de Janeiro foi palco do 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia. Este evento, realizado entre os dias 20 e 23 de novembro, reuniu diferentes setores comprometidos com a promoção da agroecologia e da sustentabilidade, envolvendo os participantes em uma programação diversificada, além de oferecer acesso à Feira da Agrobiodiversidade, que celebrou produtos orgânicos, artesanatos e práticas agroecológicas.
Os Arcos da Lapa testemunharam não só essa manifestação cultural e comercial, mas também abrigaram os Barracões dos GTs, onde uma série de atividades autogestionadas ocorreu. A Coalizão Vozes do Tocantins participou representada pelas Associações Centro Cultural Kàjre (povo Krahô) e Pyka Mex (povo Apinajé), nas pessoas de Miguelito Cawkre Krahô e Marlúcia Pàry Apinajé, que compartilharam suas experiências com agroecologia, levantando também a pauta das mudanças climáticas. Participaram ainda membros da Funai, do Ministério dos Povos Indígenas, entre outros.
Durante o evento, foi produzida ainda uma carta unificada, resultante das vozes de 48 etnias ali representadas. Essa carta é um documento robusto contendo demandas, denúncias e propostas dos povos indígenas, direcionadas aos governos e órgãos responsáveis pela gestão ambiental e desenvolvimento agrário. O evento chegou ao fim com a participação do ativista indígena Ailton Krenak, que defendeu uma dimensão mais ampla da agroecologia no Brasil e no mundo.
A participação ativa da Pyka Mex e da Associação Kàjre, membros fundamentais da Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática, foi essencial para agregar a perspectiva indígena regional e reforçar a importância de práticas agroecológicas sustentáveis, além de ser um veículo para apresentar demandas vitais para o futuro ambiental e social dessas comunidades.