Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgados em novembro apontaram que o número de feminicídios apresentou crescimento este ano. Foi registrado 2,6% a mais do que nos primeiros seis meses de 2022, num total de 722 assassinatos em 2023, nesse mesmo período. Para a pós-doutora em Direitos Humanos, Artenira Silva e Silva, estamos vivendo uma pandemia de violência contra a mulher e é preciso treinar um olhar que vá além da segurança pública e da Justiça.
Artenira ministrou nesta quarta-feira, 06, no Ministério Público do Tocantins (MPTO), uma oficina sobre “Violência Intrafamiliar sob a Perspectiva da Segurança Pública e da Saúde Pública”, voltada a profissionais que atuam na rede de proteção à mulher no Estado.
No evento, ela falou sobre educação não sexista, sobre a importância dos grupos reflexivos voltados para os agressores e sobre a necessidade qualificação das equipes de atendimento, não só para as vítimas de violência ou agressores, mas para o atendimento dos filhos e filhas destas vítimas, “para que o ciclo de agressão não se perpetue”.
A roda de conversa com os profissionais abordou aspectos importantes, destacando como os espaços de atendimento constituem, também, espaços de educação sobre desigualdade de gênero e de combate a práticas racistas, misóginas e machistas. Também ressaltou sobre como a violência intrafamiliar atinge parcela importante da população e repercute de forma significativa sobre a saúde das pessoas a ela submetidas.
Na abertura do evento, organizado pelo Núcleo Maria da Penha do MPTO, com o apoio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional - Escola Superior do Ministério Público (Cesaf-ESMP), a coordenadora do Núcleo, promotora de Justiça Renata Rampanelli, fez um breve histórico sobre a Lei Maria da Penha e a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” e reforçou a importância de capacitações como a oficina realizada.