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Saúde

Foto: Freepik

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A gestação é um momento marcado por uma série de transformações. Por vezes, a futura mãe pode sentir fadiga, ter a sensibilidade nos seios aumentada. O atraso na menstruação é outro sinal que um bebê pode estar começando a se formar no útero. Tudo isso muitas vezes acompanhado de náuseas, vômitos e sonolência. Os sintomas surgem por causa de um hormônio, o “hCG”, sigla para “gonadotrofina coriônica humana”. A substância é gerada pela placenta e dá nome ao exame comumente utilizado para confirmar a gravidez – o Beta hCG.   

Segundo a ginecologista e obstetra do Sabin Diagnóstico e Saúde, Aline Marquez, essa análise detecta os níveis do hormônio no sangue. “A presença do HCG na corrente sanguínea indica a implantação do óvulo fertilizado, seja ela intra ou extrauterina. O acompanhamento de seus níveis, no primeiro trimestre, nos fornece dados acerca do sucesso ou da provável localização da implantação e da idade aproximada da gestação, explica.  

O hCG também pode ser verificado na urina, por meio dos testes de farmácia, entretanto, a concentração é muito menor comparada à quantidade encontrada na corrente sanguínea, diz a especialista. Além disso, esclarece a médica, “a análise do hCG no sangue é altamente sensível, capaz de detectar níveis muito baixos, o que permite a descoberta nas primeiras semanas para o seguimento do adequado acompanhamento à gestante”.   

O teste pode detectar a gravidez entre o 8º e o 11º dia após a fecundação ou no 1º dia de atraso menstrual. A partir desse ponto, os níveis do hormônio aumentam gradualmente, atingindo o pico por volta da 12ª semana de gestação. Posteriormente, tendem a se estabilizar.    

Além da confirmação inicial da gestação, o exame Beta hCG também é utilizado para monitorar o progresso da gravidez, “pois o hormônio continua estimulando a produção de progesterona, o que auxilia no desenvolvimento saudável do embrião”, diz a especialista.   

Dessa forma, ajuda os profissionais de saúde a identificarem problemas precocemente, permitindo intervenções adequadas. “Variações nos níveis de Beta hCG podem indicar possíveis complicações, como gravidez ectópica, que ocorre quando a placenta e o embrião se instalam fora da cavidade uterina, ou risco de aborto espontâneo”.   

No caso de tratamentos para fertilização, o Beta hCG avalia a eficácia das intervenções, seja na verificação da implantação embrionária ou na detecção precoce de gestações múltiplas. "O exame não apenas proporciona tranquilidade aos futuros pais, mas também orienta os profissionais de saúde na tomada de decisões informadas, contribuindo para o sucesso do tratamento”.   

A realização desse exame não demanda que a mulher esteja em jejum ou que faça outros preparos prévios. O procedimento é rápido, leva em média de 10 a 15 minutos, e não apresenta riscos para a mulher ou o bebê. Após a coleta, o resultado fica pronto em até dois dias e deve ser avaliado junto com médico.    

Outras indicações  

O exame Beta hCG vai além da confirmação de gravidez. Se identificado em homens ou mulheres sem suspeita de gravidez, a presença do hormônio pode ser um marcador de tumores originários de tecidos placentários e gonadais (localizados nos ovários e testículos) e do sistema nervoso central. Isso acontece porque a substância também pode ser produzida por células neoplásicas       

“Essas e outras condições associadas a esse hormônio só serão identificadas após uma análise detalhada da produção e variação dos seus níveis no organismo, sendo, portanto, mais um recurso importante da medicina diagnóstica que possibilita uma abordagem abrangente no cuidado da saúde”, conclui. (Kiw/AI)