Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 1,8 milhão de brasileiros convivem com o Alzheimer e o número aumenta continuamente. A cada ano, cerca de 100 mil novos casos são diagnosticados. Ao redor do mundo, o número já ultrapassa os 50 milhões e as estimativas da Alzheimer’s Disease International apontam que chegará a 74 milhões até 2030. Diante deste cenário alarmante, cientistas, médicos e pacientes buscam formas de prevenir, diagnosticar cada vez mais cedo e tratar a doença.
O que sabemos é que uma das causas do Alzheimer é a conexão entre o coração e o cérebro. “A saúde cerebral está diretamente ligada à saúde cardíaca, já que os vasos que irrigam o coração também se ligam ao cérebro. Então, doenças pré-existentes que podem desencadear algum evento cardiovascular também são portas de entrada para o aparecimento do Alzheimer, explica doutor Denis Bichuetti, neurologista do Hcor.
Além disso, causas externas, como traumatismo craniano, falta de socialização e uma vida não saudável são possíveis catalisadores da doença. “Outro fator de risco extremamente importante é a idade, pois causa o envelhecimento cerebral e a perda de algumas células nervosas”, aponta o médico.
Entretanto, é possível que pessoas mais jovens desenvolvam a doença. “É incomum que pessoas abaixo de 60 anos apresentem algum sintoma do Alzheimer. Quando isso acontece, geralmente, tem uma influência genética e hereditária. Então, se a pessoa possui um parente próximo com a patologia, e esse parente começou a apresentar sintomas após os 80 anos, não significa necessariamente que o indivíduo vá também ter Alzheimer ou que os sinais vão aparecer mais cedo, mas é provável”.
Os principais sintomas da doença são:
- Esquecimento de fatos recentes;
- Troca de caminhos;
- Dificuldade de encontrar palavras;
- Dificuldade de manipulação financeira;
- Mudanças na rotina;
- Exacerbações emocionais desproporcionais.
“É importante lembrar que, com o passar dos anos, a nossa capacidade de atenção diminui, então uma dificuldade de memória percebida pela pessoa pode estar relacionada a inúmeros outros fatores. No Alzheimer não, a pessoa não percebe que ela está tendo dificuldade de lembrar e quem nota essas alterações são os outros”, reforça o neurologista.
Por isso, o diagnóstico da doença é complexo e depende de uma variedade de exames, além da história clínica do paciente. Atualmente, há algumas medicações que amenizam os sintomas e melhoram o desempenho cognitivo, atrasando um pouco a progressão da doença. Mas também vale ressaltar que fazer atividades físicas ajuda a criar novas conexões cerebrais, o que também auxilia nesse retardamento.
“Não existe nenhum medicamento, no presente momento, que interfira no processo biológico que promova reversibilidade da doença. A principal forma de ajudar uma pessoa com Alzheimer é proporcionar um ambiente agradável e fazer consultas regulares com um neurologista para que seja indicada a melhor forma de tratamento possível”, finaliza o doutor Bichuetti. (Com informações Fleishman/AI)