Representatividade da mulher na política, principais obstáculos e os avanços já conquistados no Tocantins foram alguns dos assuntos discutidos durante uma roda de conversa na manhã desta sexta-feira, 1° de março. A ação faz parte do programa permanente “+Mulher +Democracia” do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) e aconteceu no distrito de Taquaruçu, em Palmas, no Colégio Militar Duque de Caxias.
A juíza Edssandra Barbosa da Silva Lourenço, coordenadora do “+Mulher +Democracia”, na ocasião, conduziu a roda de conversa e também representou o ouvidor das Mulheres+ e coordenador geral dos programas permanentes de inclusão do TRE-TO, juiz José Maria Lima. Participaram da ação 205 alunos das turmas do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio, além de professores, servidores da escola e comunidade em geral que foi regularizar sua situação eleitoral.
“O diálogo é um processo de ouvir e falar. A importância em ouvir tem sido reconhecida pelo Poder Judiciário, especialmente aqui na Justiça Eleitoral, que criou um canal de comunicação, que é a Ouvidoria das Mulheres+ com a finalidade de conhecer e buscar soluções para essa triste situação de desrespeito aos direitos políticos das mulheres”, explicou a juíza Edssandra Barbosa.
Foto: Carlos Eller
Em parceria com a Ouvidoria das Mulheres+ do TRE-TO e com a Ouvidoria da Mulher do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), a roda de conversa aconteceu em formato de audiência pública. A ação integra o projeto “Maria nas Comunidades”.
Realidade no Tocantins
Participaram ainda dos debates da roda de conversa, a sargento do Bombeiro Militar, Christiane Ramalho; a advogada Raquel Albuquerque, representante da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Tocantins; e a professora Albertina de Carvalho Fonseca Leal.
A juíza Edssandra Barbosa da Silva Lourenço reforçou que ao longo dos anos foram criados mitos sobre a participação da mulher na política. “Uma informação errada que ouvimos muito é como se fosse obrigatório ter 30% de mulheres candidatas nos partidos políticos. A legislação é clara, deve ser 30% e 70% de cada gênero. Isso quer dizer que pode ser ao contrário 70% de mulheres e 30% de homens. Infelizmente ainda por ser um espaço ocupado na maioria por homens, o público feminino ainda é pouco representado”, afirmou a magistrada.
Os desafios
Abordando sua experiência de vida, a professora de matemática do Colégio Militar Duque de Caxias, Albertina de Carvalho Fonseca Leal, relatou desafios encontrados enquanto mulher. “Sou mãe, professora e criei meus filhos sozinha. Sofri muitos preconceitos e precisamos nos fortalecer. Mulheres são poderosas nas tomadas de decisões. No Tocantins temos 139 municípios e apenas 20 mulheres prefeitas. Isso representa 14,39% Devemos mudar esta realidade, ter mais representatividade”, afirmou.
A igualdade
Já a advogada Raquel Albuquerque destacou que a democracia plena só é possível com a igualdade de mulheres e homens na política. “Tudo é política. A batalha da mulher para entrar na política completou recentemente 92 anos. Conquistamos o direito de votar. Somos maioria na população, somos maioria do eleitorado, Por que não somos maioria na política?”, questionou Raquel.
+Mulher +Democracia
Por meio da Escola Judiciária Eleitoral (EJE/TO), o programa permanente +Mulher +Democracia busca fortalecer nas mulheres os conceitos de cidadania e democracia, esclarecer sobre direitos e deveres da mulher no processo político brasileiro, conscientizar as mulheres para a importância de sua capacidade eleitoral ativa e passiva, além de enfatizar a autonomia feminina na escolha dos seus candidatos. (TRE/TO)