O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), vem desenvolvendo projetos de etnoturismo no Estado. Na Ilha do Bananal, os principais focos são as festas tradicionais, as trilhas, a pesca esportiva, a observação de aves e outros animais da região.
Com a chegada de um dos eventos mais tradicionais do povo Karajá, o Hetohoky, que ocorrerá nos dias 9 e 10 de março, a Setur estará presente mais uma vez para prestigiar e promover a festa do povo Karajá. A cerimônia ocorrerá na aldeia Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal.
“O desenvolvimento de ações de estímulo ao etnoturismo é uma demanda dos nossos povos ancestrais e uma missão assumida pela Setur, a partir da orientação do governador Wanderlei Barbosa”, ressalta o secretário de Estado do Turismo, Hercy Filho, enfatizando a riqueza cultural do povo Karajá e a beleza natural e preservada da Ilha do Bananal.
Ainda segundo o secretário, o compromisso do governador Wanderlei Barbosa com as etnias tocantinenses passa pelo resgate de suas tradições e o turismo pode ter um papel fundamental neste desafio, tendo as pastas da Cultura e dos Povos Originários como parceiros fundamentais no desenvolvimento de projetos.
Em 2022, a Ilha do Bananal ganhou notoriedade internacional com a passagem do Rally Sertões, que propiciou a capacitação de jovens e líderes, bem como a abertura e a estruturação dos acampamentos. A proposta é que os próprios indígenas assumam a gestão dos roteiros.
A promoção do etnoturismo permite experiências e vivências com a natureza e com os povos originários, principalmente por se tratar da maior ilha fluvial do mundo, com imensa biodiversidade preservada, que abrange a Terra Indígena do Parque do Araguaia, proporcionando visitas às aldeias para conhecer as características dos povos locais.
Turismo na aldeia
A festa tradicional Hetohoky ocorre durante todo o mês de março, nas aldeias Karajá, situadas na Ilha do Bananal. A cerimônia envolve todas as aldeias vizinhas, convidados e o Governo do Estado participa com a cobertura feita por diversas pastas. Este ano, a expectativa é receber cerca de 7 mil pessoas.
A valorização da festa também é sinalizada com a chegada de visitantes não indígenas, algo que é estudado pela própria comunidade: um local para receber turistas começou a ser estruturado, chamado Acampamento Hatanã.
Hetohoky
O Hetohoky é realizado anualmente e conta com pinturas corporais; danças; cantos; chegada dos vizinhos da aldeia Fontoura; tradições milenares, como a construção da Casa Grande; e disputas esportivas entre a aldeia anfitriã e as aldeias visitantes.
Cada momento da festa contém um significado, desde as pinturas até as danças que são feitas para marcar a passagem dos meninos para a vida adulta. A preparação é intensa. Os jovens que participam do ritual mantêm a concentração meses antes para a festa, fazendo jejuns e praticando lutas corporais para vencer das aldeias adversárias. (Secom/TO)
Pinturas fazem parte do ritual para marcar a passagem dos meninos para a vida adulta - (Foto: Tharson Lopes/Secom-TO)