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Meio Ambiente

Garimpeiro guarda mercúrio após separação do ouro

Garimpeiro guarda mercúrio após separação do ouro Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real

Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real Garimpeiro guarda mercúrio após separação do ouro Garimpeiro guarda mercúrio após separação do ouro

Referência no levantamento de dados sobre a produção e o comércio de ouro ilegal no Brasil, o Instituto Escolhas acaba de lançar um novo estudo no tema. Desta vez, a organização se debruça sobre o comércio de mercúrio, metal altamente tóxico, mas ainda largamente usado na extração de ouro nos garimpos. O estudo “De onde vem tanto mercúrio?” revela que nada menos que 185 toneladas de mercúrio de origem desconhecida podem ter sido utilizadas para a produção de ouro em garimpos brasileiros entre 2018 e 2022.

Segundo o estudo, é possível estimar que foram utilizadas entre 165 e 254 toneladas de mercúrio para produzir as 127 toneladas de ouro registradas em áreas com permissão de lavra garimpeira no Brasil naqueles cinco anos. No entanto, de acordo com os dados oficiais, o país – que não é produtor de mercúrio – importou apenas 68,7 toneladas do metal. Isso indica que entre 96 e 185 toneladas de mercúrio podem ter origem ilegal.

“Esse dado preocupa porque revela uma enorme falha do controle oficial sobre o comércio de algo que representa um grave perigo à saúde humana e ao equilíbrio ambiental. O Brasil precisa se comprometer com o fim do uso do mercúrio e, até que isso ocorra, o mínimo que se espera é um controle rígido sobre o mercúrio que ainda circula no país”, alerta Larissa Rodrigues, pesquisadora do Escolhas e responsável pelo estudo.

Rodrigues pontua que, entre 2002 e 2022, as exportações de ouro brasileiro saíram de 35 toneladas para 96 toneladas por ano e as áreas de garimpos saíram de 68 mil hectares para 224 mil hectares. “Os garimpos não deixaram de usar mercúrio na extração de ouro nessas duas décadas, mas as importações oficiais de mercúrio no país caíram de 67 toneladas para 15 toneladas por ano naquele mesmo período. A conta não fecha e tudo aponta para uma ampliação do comércio ilegal de mercúrio no País”, destaca a pesquisadora.

Leia aqui o estudo na íntegra.