Opinião

Foto: Divulgação

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A recente pesquisa "Questionário da Verdade", realizada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelou um dado alarmante: o Brasil ocupa o último lugar no ranking de capacidade para identificar notícias falsas na internet. Este estudo, conduzido com 40 mil pessoas em 21 países, aponta que 85% dos brasileiros se informam principalmente pelas redes sociais. Este cenário ressalta a necessidade urgente de ações educativas voltadas para o combate à desinformação e a promoção de uma cidadania digital responsável.

A Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas (Abel) tem desempenhado um papel importante nesse contexto, promovendo iniciativas que visam desenvolver o pensamento crítico e a alfabetização midiática em 400 escolas legislativas existentes nos municípios brasileiros. As escolas do Legislativo e de Contas oferecem cursos gratuitos e programas focados em capacitar os brasileiros para checar, interpretar e combater informações falsas que circulam em sites de mídias sociais. Essas ações são essenciais para fortalecer a democracia e garantir que as decisões sejam baseadas em informações corretas.

Uma das ações mais efetivas promovidas pela Abel são as oficinas e seminários sobre checagem de fatos. Nessas atividades, os participantes aprendem técnicas práticas para verificar a veracidade das informações encontradas online. Este tipo de treinamento é vital, pois fornece ferramentas concretas para que os cidadãos possam discernir entre notícias verdadeiras e falsas, capacitando-os a atuar como multiplicadores dessa conscientização em suas comunidades, especialmente em períodos de maior polarização política, como durante as eleições.

Além das oficinas, a inclusão de módulos sobre ética e responsabilidade digital nos currículos dessas escolas tem se mostrado uma estratégia eficiente. A educação sobre a importância de compartilhar informações verdadeiras e as consequências da disseminação de fake news são temas centrais. Ao fomentar um ambiente de responsabilidade digital, as escolas do Legislativo e de Contas estão ajudando a construir uma cultura de integridade e confiança nas plataformas digitais.

A Abel também tem promovido campanhas educativas em parceria com outras instituições e mídias. Essas campanhas visam alcançar um público mais amplo, utilizando diferentes canais de comunicação para disseminar informações sobre a importância da verificação dos fatos e a luta contra a desinformação. Em tempos de crise, como durante a pandemia de Covid-19, essas iniciativas se tornam ainda mais cruciais para evitar consequências graves decorrentes de informações falsas.

Para enfrentar esse desafio de maneira eficaz, é essencial que o Poder Legislativo apoie e promova essas ações educativas. Políticas públicas que incentivem a inclusão da alfabetização midiática nos currículos escolares e o apoio a programas de educação continuada são medidas que podem ter um impacto significativo na luta contra a desinformação. A união de esforços entre escolas do Legislativo, governos e sociedade civil é fundamental para construir um futuro onde a verdade prevaleça e a cidadania digital seja exercida de forma plena e consciente.

As escolas do Legislativo e de Contas acreditam que a educação para a cidadania é uma ferramenta essencial na luta contra a desinformação no Brasil. Investir na capacitação dos cidadãos para checar, interpretar e combater informações falsas não só fortalece a democracia, como também contribui para uma sociedade mais informada e resiliente. As ações da Abel, em parceria com outras instituições, são exemplos de como podemos construir um futuro onde a verdade e a responsabilidade digital sejam pilares fundamentais.

*Roberto Eduardo Lamari é presidente da Abel, procurador legislativo, bacharel em Direito –Unesp, especialista em Gestão Pública Legislativa – EACH/USP, especialista em Ciência Política – FESP/SP, e mestrando em Planejamento e Desenvolvimento Regional – Universidade de Taubaté/SP.