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Economia

Foto: Divulgação

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A Verdera, unidade de gestão e destinação sustentável de resíduos da Votorantim Cimentos, é pioneira na destinação sustentável de pneus no estado do Tocantins. A Verdera utiliza a tecnologia do coprocessamento como alternativa adequada para a destinação final de pneus inservíveis. O coprocessamento é uma tecnologia usada mundialmente como destinação correta para eliminação de diferentes tipos de resíduos, transformando esses materiais em energia para a indústria cimenteira.  

A solução implementada no estado do Tocantins pela Verdera visa minimizar os problemas gerados pelo descarte inadequado de pneus. Além de ser uma solução segura e sustentável, o coprocessamento evita o descarte de pneus de forma inadequada no meio ambiente, contribuindo para reduzir os focos de criação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. 

“Com o coprocessamento, os resíduos deixam de ser sinônimos de problema e ganham um novo valor para negócios que buscam reduzir os seus passivos ambientais. Contamos com a estrutura robusta dos fornos da indústria cimenteira para destinação desses pneus inservíveis e temos uma alta capacidade de recebimento, rastreabilidade e certificação. Desse modo, auxiliamos as empresas e indústrias comprometidas em aprimorar as suas práticas de sustentabilidade para melhorar a vida das pessoas e do planeta”, afirma a gerente comercial da Verdera na região Centro-Norte, Bárbara Silveira.  

O trabalho de destinação sustentável dos pneus conta com a parceria da Ecopneu, empresa presente no mercado há 16 anos, que instalou uma unidade em Marabá (PA) para recolher pneus em um raio de até 250 km, além de efetuar o tratamento e transporte para coprocessamento. Para realizar a coleta, a Ecopneu apresenta o serviço para as prefeituras e firma parceria para a instalação de ecopontos, que se tornam pontos de referência de destinação de pneus inservíveis para lojistas, recapadoras e borracharias. Todo o volume coletado nos ecopontos é enviado para o galpão da empresa em Marabá e passa imediatamente por um processo de separação: enquanto a borracha é submetida à trituradora e preparada para envio para coprocessamento na fábrica da Votorantim Cimentos de Xambioá (TO). O aço presente nos pneus também é tratado e destinado para as siderúrgicas da região.  

De acordo com o Ministério dos Transportes, o estado do Tocantins tem uma frota de 889.573 veículos. Já o Pará ocupa a liderança no Norte do país na quantidade de veículos em circulação, com 2.683.314 unidades, o que corresponde a um veículo para cada três habitantes, levando em conta a população do estado (8.116.532), conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Boa parte do volume dos pneus descartado nesses estados pode agora ser destinado de forma sustentável pela Verdera. 

“Os pneus que coletamos deixam de ir para os aterros sanitários e lixões porque são 100% reaproveitados. Atualmente, atendemos localidades do Sudeste do Pará e na região do Bico do Papagaio, no Tocantins, mas a nossa ideia é firmar mais parcerias com as prefeituras para expandirmos a nossa atuação para um raio de 500 quilômetros Já estamos carregando pneus do Maranhão e a aceitação desse serviço está sendo muito positiva”, disse o proprietário da Ecopneu, Luís Renato Virgili Pedroso.  

Esses pneus coletados no Tocantins e no Pará pela Ecopneu são destinados para o coprocessamento na fábrica da Votorantim Cimentos em Xambioá (TO). Para isso, a Votorantim Cimentos investiu R$ 27 milhões, em 2023, na modernização da unidade tocantinense para ampliar o nível de coprocessamento e a porcentagem de combustíveis alternativos. O projeto consistiu na instalação de um sistema de dosagem no forno de cimento, garantindo uma operação automatizada e ambientalmente correta. 

O sistema possibilita controlar melhor o consumo de combustíveis alternativos, assegurando um aproveitamento de resíduos de forma ainda mais estável e segura. “Utilizamos 4,3 mil toneladas de pneus picados por ano no coprocessamento. Com essa iniciativa, a Votorantim Cimentos avança na redução das emissões de CO2 em suas unidades, fortalecendo a sua estratégia de descarbonização e o cumprimento das metas estabelecidas em seus Compromissos de Sustentabilidade para 2030”, diz o gerente da fábrica de Xambioá da Votorantim Cimentos, Júlio César Moreira Rocha.  

A Votorantim Cimentos utiliza o coprocessamento desde 1991, tendo sido pioneira na implantação dessa tecnologia no Brasil. Em 2023, com a Verdera, mais de 1 milhão de toneladas de resíduos ganharam um novo uso como combustível e matéria-prima alternativa nos fornos de cimento da companhia no Brasil e na América do Norte. Esse volume equivale a 1,2 mil piscinas olímpicas cheias de resíduos. Atualmente, 15 fábricas da Votorantim Cimentos realizam o coprocessamento no Brasil.  

Saúde pública e meio ambiente - Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é atualmente o país com o maior número de notificações da dengue, com 6,3 milhões de casos prováveis, o que corresponde a 80% das notificações em todo o mundo, que é de 7,6 milhões.  

Nesse sentido, o coprocessamento pode somar esforços no combate à dengue, além de fortalecer a economia circular ao incentivar a transformação e o reuso dos materiais, reduzindo o consumo de recursos naturais e, consequentemente, auxiliar na conservação do meio ambiente. O pneu, por exemplo, quando é descartado na natureza causa impactos de longo prazo, pois ocupa grandes espaços e demora séculos para se biodegradar, levando até 600 anos para ser eliminado do ambiente.  

No Brasil, a Resolução nº 416/2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) disciplina a destinação ambientalmente adequada de pneus para fabricantes, distribuidores e importadoras de pneus. O tema também foi regulado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com a publicação da Instrução Normativa Ibama n° 1, de 18 de março de 2010, que define os procedimentos necessários ao cumprimento da Resolução Conama nº 416. Já o coprocessamento é regulamentado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama 499/2020) e está incorporada à PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos.

 Fábrica da Votorantim Cimentos de Xambioá (TO) realiza coprocessamento.