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Estado

Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

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Mesmo sem a presença física constante nas comunidades quilombolas e indígenas, as equipes de Busca Ativa da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) têm assegurado atendimento remoto àquelas comunidades já visitadas e àquelas que não receberam as visitas por questões logísticas. O trabalho desenvolvido pela Equipe Central da Busca Ativa junto às comunidades quilombolas da região do Jalapão é exemplo: por meio de grupos online e reuniões virtuais, a equipe continua oferecendo suporte para a inscrição, garantindo a ampliação do acesso à Política Nacional.

Membro da equipe e produtor cultural, Diego Britto explicou que, embora a equipe tenha realizado visitas presenciais, como a que ocorreu durante a Festa da Colheita, entre os dias 13 e 16 de setembro, na Comunidade Mumbuca, o atendimento remoto tornou-se fundamental para manter o ritmo das ações. “Devido à campanha política, muitas das comunidades estavam esvaziadas. Criamos um grupo no WhatsApp com as lideranças das comunidades quilombolas de Mateiros e São Félix, e estamos mantendo reuniões gerais semanais para esclarecer dúvidas e dar orientações”, afirmou Britto.

Entre as comunidades atendidas remotamente estão Riachão, Rio Preto, Boa Esperança, Ambrósio, Carrapato e Formiga, em Mateiros, além da Comunidade Prata, em São Félix. A maior parte das reuniões ocorre via GoogleMeet, mas o desenrolar é feito através de mensagens de WhatsApp, uma vez que a conexão de internet nessas regiões é limitada. “Um dos desafios que enfrentamos é a questão da internet. Muitas vezes, no meio das reuniões, a conexão cai, mas temos conseguido avançar”, acrescentou Diego.

Além do suporte técnico, a equipe tem ajudado os agentes culturais quilombolas a reunir a documentação necessária para as inscrições. “Alguns documentos exigem assinaturas de várias lideranças, o que é complicado em comunidades mais distantes. Estamos tentando facilitar esse processo, mesmo que remotamente”, completou.

Valdete Castro da Silva, artesã e vice-presidente da Associação das Comunidades Quilombolas das Margens do Rio Novo, Rio Preto e Riachão (Ascolombolas Rios), destacou a importância do trabalho remoto da Busca Ativa. Ela contou que soube do projeto durante a Festa da Colheita do Capim Dourado, no Quilombo Mumbuca, e ressaltou os desafios de acesso à sua comunidade. “Para chegar em algumas residências, temos que ir a pé ou de cavalo, já que não há ponte para atravessar o Rio Preto com veículos”, explicou. Valdete também elogiou a equipe de atendimento: “O trabalho dos agentes tem sido ótimo. Eles ajudam da melhor forma possível, e o atendimento online tem facilitado muito o processo para que todos participem do projeto”.

Fim das inscrições adiadas

Lançados no dia 27 de agosto pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult), os editais da PNAB no Tocantins estavam previstos para encerrar as inscrições no dia 4 de outubro, ultima sexta. No entanto, os Editais de Cultura Quilombola e de Cultura Indígena tiveram o cronograma retificados no Diário Oficial do Estado (DOE) Nº 6657, com fata final de inscrição postergada para dia 13 de outubro. Segundo a Secult, a mudança foi feita “para melhor atender as atividades de busca ativa nessas comunidades, possibilitando que mais agentes culturais indígenas e quilombolas sejam atendidos”.

Adriano Alves, coordenador da equipe, destacou a importância da continuidade do trabalho a fim de assegurar a participação do máximo possível de pessoas, observando a reta final. "Dia 13 já está aí e nossa prioridade é garantir que essas comunidades não fiquem desassistidas. O trabalho remoto nos permite acompanhar e orientar, mas também vamos planejar novas visitas presenciais conforme a logística permitir”, finalizou Adriano.