Karle Cristina Vieira Bassorici, 30 anos, e seu bebê - um menino de 38 semanas - morreram nessa quarta-feira, 30, no Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas. A família registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e requer esclarecimentos do que de fato aconteceu.
De acordo com a família de Karle, ela foi ao hospital na noite de terça-feira, 29, queixando-se de febre e dores. Na oportunidade, foi atendida, recebeu medicação para febre e foi liberada para retornar para casa. No entanto, a gestante continuou a sentir dores durante a madrugada e retornou ao hospital, na madrugada de quarta-feira, 30. No exame de toque, percebeu-se sangramento, realizou-se exame de ultrassom, e Karle foi encaminhada para o centro cirúrgico. O bebê apresentava batimentos cardíacos fracos e o parto aconteceu às 7h45min. O bebê teria nascido morto (natimorto), o que é questionado pela família de Karle. A mãe da criança, com sangramento intenso e que se agravou ao longo do dia, acabou morrendo horas depois.
Nota da Saúde Estadual
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) lamentou o falecimento da gestante e do recém-nascido e esclareceu que a paciente foi acolhida no HMRD, na terça-feira, 29, às 22h02 quando foi avaliada e recebeu alta hospitalar, sob a orientação de retornar ao local em caso e alteração do quadro clínico.
A SES-TO destaca que na quarta-feira, 30, às 6h48, a paciente retornou, quando foi avaliada, fez o parto às 7h45 e após o procedimento agravaram-se os quadros clínicos e mesmo com todos os esforços da equipe multiprofissional, foram a óbito.
A pasta pontua em nota que todos os trâmites internos da unidade hospitalar foi efetuada e aguarda o relatório do Instituto Médico Legal (IML), para onde o corpo da paciente foi encaminhado, para tomar as medidas cabíveis.
Ministério Público
O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio da 19ª Promotoria de Justiça da Capital, realizou, na manhã desta quinta-feira, 31, uma inspeção no Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR) para investigar denúncias sobre óbitos recentes na unidade.
O promotor Thiago Vilela, acompanhado de sua equipe, foi recebido pelo diretor-geral do hospital, Fernando Pinheiro de Melo. Durante a ação, Vilela requisitou cópias de prontuários médicos e relatórios das Comissões de Óbito e de Ética Médica, bem como documentos da Corregedoria do HMDR relacionados ao falecimento da gestante. A direção do hospital tem 15 dias para enviar as informações solicitadas à Promotoria.
A inspeção busca identificar eventuais falhas na prestação de serviços médicos ou a ausência de especialistas. Para isso, o promotor solicitou informações sobre o número de profissionais de saúde na maternidade, com foco nas especialidades de obstetrícia e pediatria, além da escala de plantonistas e o número mensal de atendimentos, detalhando os partos realizados.
Após a vistoria no Dona Regina, a equipe do MPTO seguiu para a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins, onde reuniu-se com o secretário Carlos Felinto Júnior. Ele detalhou medidas adotadas para o funcionamento do hospital, incluindo um aumento nas indenizações aos plantonistas, cuja publicação está prevista para o Diário Oficial desta quinta-feira, 31. O Ministério Público informou que segue acompanhando o caso.