O ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse (AGIR) foi preso na manhã deste domingo, 15, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO), durante cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Palmas.
A prisão ocorreu na Fazenda Joia Rara, propriedade do ex-governador, localizada no município de São Salvador, próximo ao município de Peixe, no sul do Tocantins a cerca de 406 km da Capital, Palmas. A ordem judicial foi motivada por indícios de um possível plano de fuga para o exterior.
Além da prisão de Mauro Carlesse, foi expedido outro mandado contra o ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Aparecido Quaresemin, parente do ex-governador, também investigado por envolvimento em esquema de corrupção. No último dia 10 de dezembro, Quaresemin foi alvo da Operação Overclean feita em conjunto pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Receita Federal do Brasil e Controladoria-Geral da União, com o objetivo desarticular organização suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Na oportunidade Quaresemin teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal.
O ex-secretário teria beneficiado uma das empresas investigadas em licitações para a Secretaria de Educação do Tocantins (Seduc) e Secretaria da Administração (Secad). Claudinei Quaresemin teria recebido transferências bancárias em contas de pessoas jurídicas interpostas, totalizando R$ 805.400,00.
Histórico
Em 2018 Mauro Carlesse era presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins (AL/TO) quando assumiu interinamente o Governo do Tocantins, após ser comunicado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da vacância do cargo, que era ocupado por Marcelo Miranda e sua vice, Claudia Lelis, cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por crimes eleitorais na campanha de governador de 2014.
Após assumir interinamente o governo, Carlesse disputou e venceu uma eleição suplementar para um mandato-tampão em 2018. No mesmo ano Carlesse foi reeleito nas eleições gerais, tendo como vice-governador, o atual governador do Estado, Wanderlei Barbosa (Republicanos). Já em outubro de 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) o afastou do cargo por seis meses por suposta obstrução de investigações sobre um suposto caso de corrupção no Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins (Plansaúde).
Após o afastamento pelo STJ, já em 2022, a Assembleia Legislativa do Estado abriu um processo de impeachment contra Carlesse. Ele deixou o cargo pouco antes do segundo turno da votação do impeachment.
Após sua renúncia e enfrentando processos judiciais, Carlesse vinha participando da política no Estado de forma lateral.