O período de volta às aulas está se aproximando e, com ele, os pais e demais responsáveis pelas crianças começam a corrida para organizar tudo que é necessário para que esse processo de retorno à escola ocorra da maneira mais tranquila possível. É hora de repor material escolar e uniformes, por exemplo, mas não é só isso. Um outro cuidado ainda mais importante é com relação à saúde visual dos estudantes.
Uma estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia revelou que 23 milhões de crianças em idade escolar no Brasil têm problemas de refração, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, que atrapalham o desempenho delas. Entre as possíveis consequências mais preocupantes estão a baixa autoestima, a dificuldade de inserção social e até mesmo falhas no aprendizado.
Para a oftalmologista do Hospital de Olhos de Palmas, Dra. Tainan de Oliveira, as doenças visuais são uma questão ainda mais grave na infância. “O que acontece é que muitas vezes as crianças não sabem explicar que há algo errado ou mesmo sequer percebem que não estão enxergando como deveriam, com isso, as notas caem, a criança não aprende como deveria e o problema visual vai agravando”, afirma.
Um levantamento feito com 110.700 alunos, de 6 meses a 15 anos, realizado pelo projeto ‘Em Um Piscar de Olhos’, mostrou que 19% dos pesquisados tinham algum problema de vista. Sendo que cerca de 18 mil não usavam óculos ou qualquer outro tipo de correção. “Os dados confirmam a realidade dos consultórios. O número de pessoas em idade escolar que sofrem com dificuldades visuais é grande e, muitas vezes, as famílias acabam não buscando o tratamento adequado. Situações assim podem prejudicar toda a vida de um aluno”, acrescentou a oftalmologista.
Os cuidados com a visão das crianças devem incluir exames como o teste de acuidade visual, que avalia a capacidade de enxergar objetos em diferentes distâncias, e a refração completa, utilizada para identificar erros refrativos, como miopia, hipermetropia e astigmatismo.
O diagnóstico precoce pode tratar ou parar o avanço da maioria das doenças oculares, devolvendo a qualidade de vida para os pacientes. Por isso, ainda segundo o especialista, toda criança deve ir ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano ou sempre que os pais observarem sinais que indiquem que algo não está normal. Os mais comuns são: a criança esfregar os olhos em excesso, sentir dor de cabeça recorrente e aproximar-se demais de televisão e videogames, por exemplo.(Com informações Precisa/AI)