Com financiamento do Governo do Tocantins, por meio do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), pesquisadores da Ulbra Palmas lideram um projeto inovador no Parque Estadual do Cantão (PEC). O estudo, que conta com um aporte de R$ 100 mil, busca caracterizar o meio ambiente e a agrobiodiversidade dos “torrões” – áreas habitadas por comunidades tradicionais na unidade de proteção integral.
A iniciativa foca na conservação dos recursos naturais e na recuperação de áreas degradadas, inicialmente, com a produção de 2,5 mil mudas de espécies nativas, como buriti, pequi e jatobá. Além disso, promove quintais agroflorestais, com integração de espécies nativas e cultivadas para a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis.
Mudas de espécies como o jatobá são preparadas para plantio em áreas degradadas (Foto: Divulgação SecomTO)Segundo a professora Dra. Conceição Aparecida Previero, que coordena o projeto, a metodologia é participativa, pois envolve diretamente os torrãozeiros. “Buscamos ampliar o conhecimento sobre a conservação da agrobiodiversidade e empoderar os agricultores por meio de suas habilidades e experiências. Isso evidencia a relação das comunidades tradicionais com seu meio ambiente e os recursos naturais”, destaca.
Aproximação e sensibilização sobre o projeto com os torrãozeiros (Foto: Divulgação SecomTO)Impacto ambiental e social no Cantão
O projeto é uma peça central no Plano de Manejo do PEC, que visa equilibrar o uso dos recursos naturais com a proteção ambiental. A gerente das unidades de conservação do Naturatins, Perla Ribeiro, reforça a relevância do trabalho para as comunidades locais. “Essas parcerias trazem visibilidade e pertencimento às comunidades tradicionais. Iniciativas como essa fortalecem a unidade de conservação e promovem o envolvimento dos moradores na preservação do parque”, afirma.
O Parque Estadual do Cantão, com mais de 90 mil hectares, é um patrimônio natural que conecta os biomas Cerrado e Amazônia. Sua biodiversidade é essencial para espécies terrestres, aquáticas e aéreas, além de ser fundamental para os ciclos hidrológicos regionais. (SecomTO)