A automedicação, que é quando a pessoa toma remédios por conta própria e sem recorrer a um especialista, pode resultar em graves riscos à saúde e também em dependência. A prática é comum e contribui para cerca de 20 mil mortes por ano no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). Neste panorama de uso indiscriminado, o olhar do farmacêutico torna-se fundamental.
É o farmacêutico o responsável por processos de produção de medicamentos, desde a fabricação até o consumidor final e são as farmácias os principais canais de venda de medicamentos, atuando diretamente na saúde da população, atendendo inúmeras pessoas diariamente.
A orientação do farmacêutico ao cliente é essencial para prevenir que tratamentos se prolonguem além do necessário e que o cidadão tenha em mente os malefícios que as medicações podem causar. Ao perceber que os riscos superam os benefícios, que há um padrão de uso problemático, é preciso apontar os riscos, como destaca o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Tocantins (Sindifato), Renato Soares Pires Melo. "Medicamentos devem ser utilizados com critérios. Muitas vezes, pacientes tem seus problemas de saúde agravados pelo uso inadequado de medicamentos, outras vezes, ocorrem superdosagem, pois acabam utilizando o mesmo medicamento, com nome comercial diferente, achando que se trata de outro fármaco", alerta.
Normalmente o cidadão recorre à medicamento quando sente alguma dor, imagina ter alguma doença, ou até mesmo pensando em prevenir alguma enfermidade que possa vir a ter no futuro. Na prática, a pessoa pesquisa na internet ou pergunta para alguém qual remédio é bom para isso e aquilo e, por conta própria, escolhe o medicamento a ser utilizado. É algo cultural no País.
Dependência e agravamento
Estudos revelam que não basta se automedicar, o brasileiro costuma abusar da quantidade e não têm o hábito de ler a bula. O cenário é tão grave que há no País o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos (celebrado 5 de maio) com o objetivo, de acordo com o Ministério da Saúde, de ressaltar o papel do uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação como principais responsáveis pelos altos índices de intoxicação.
Muitos medicamentos são de fácil acesso, não exigindo prescrição médica, sendo comercializados livremente nas farmácias. Entre os mais procurados pelos cidadãos estão os anti-inflamatórios; remédios que combatem a má digestão, gripes, resfriados; e ainda os analgésicos - em destaque aos que aliviam as dores de cabeça e coluna. No entanto, medicamentos mais fortes e com a obrigação de retenção de receita médica, também estão sendo cada vez mais consumidos e de forma irregular, obtidos por meios ilegais. Os tarja preta, por exemplo, têm como uma de suas características o poder de provocar dependência química e psíquica.
O uso indiscriminado de medicamentos pode causar intoxicação, dependência química, efeitos adversos relevantes, resistência bacteriana, agravamento de doenças e até a morte, como confirma o estudo da Abifarma.
Um dos problemas comuns para quem se automedica é o acúmulo de remédios em casa, podendo causar confusão entre diferentes medicamentos, ingestão após a data de vencimento, entre outros.
“A famosa farmacinha caseira. Muitas vezes, os medicamentos não foram consumidos até o fim do tratamento e foram armazenados, sem preocupação com a validade, ou mesmo a temperatura e umidade. O uso de medicamentos da farmacinha pode mascarar patologias mais sérias ou mesmo agravar doença pré-existentes”, reforça o presidente Renato.
Sindifato
O Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Tocantins foi fundado em 20 de setembro de 1997 e registrado em 8 outubro de 1998, quando foi constituída a primeira diretoria em assembleia geral da categoria. É formado pela Diretoria Executiva, Conselho Fiscal e Delegados Representantes junto á Federação, efetivos e suplentes, eleitos a cada quatro anos.
E-mail: contato@sindifato.org.br. Página online: https://www.sindifato.com.br/. Instagram (@sindifato).