O caso da brasileira Juliana Marins, 26 anos, que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, segue sem solução. De acordo com as mais recentes informações divulgadas pela família, dois alpinistas experientes da região estão indo ao encontro do local do acidente. "Não temos a informação se eles conseguirão dar continuidade ao resgate durante a noite mas sabemos que há um bom reforço com equipamentos específicos para acompanhar a equipe que já está no local".
As buscas já foram interrompidas algumas vezes, em razão das condições climáticas da região. A operação de resgate é delicada. O Monte Rinjani conta com mais de 3 mil metros de altura. A brasileira estava acompanhada de um grupo de turistas quando sofreu um acidente e caiu perto do ponto mais alto da montanha.
A jovem chegou a ser localizada por drone, quando foi possível constatar que a brasileira estava presa em uma fresta da pedra, com dificuldade para se mover, vestida de calça jeans, camiseta, luvas e tênis, sem agasalho para o frio intenso e sem os óculos fundamentais para sua visão - pois tem cinco graus de miopia. A embaixada do Brasil na Indonésia atualizou a família que Juliana já não está mais no mesmo local.
Imagem de drone mostrou Juliana Marins, que caiu em trilha na ilha de Lombok, na Indonésia. (Fonte: Reprodução)
Negligência
Horas antes de confirmar sobre o reforço dos alpinistas experientes no resgate, a família da brasileira reclamou de negligência. "Um dia inteiro e eles (a equipe de resgate) avançaram apenas 250 metros abaixo, faltavam 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram. Mais uma vez! Mais um dia! Nós precisamos de ajuda, nós precisamos que o resgate chegue até Juliana com urgência! [...] Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!', informou o perfil @resgatejulianamarins, criado por familiares de Juliana e único canal oficial de informações.
Apesar do grave acidente, o parque segue com sua atividade normalmente, critica ainda a família. “O parque segue com a sua atividade normalmente, turistas continuam fazendo a trilha, enquanto Juliana está precisando de socorro! Nós não sabemos o estado de saúde dela! Ela segue sem água, comida e agasalhos por três dias. Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!”.
A família vive à espera de respostas e enfrenta dificuldades para obter informações confiáveis à distância. A irmã de Juliana, Mariana Marins, disse em entrevista ao Fantástico que ainda tem esperança de que ela seja encontrada.
Mais sobre Juliana
A brasileira é de Niterói, no Rio de Janeiro, formada em publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nadadora e praticante de pole dance, ela decidiu embarcar em uma aventura sozinha pela Ásia. Passou por Filipinas, Vietnã e Tailândia até chegar à Indonésia, no fim de fevereiro.
Ministério das Relações Exteriores
O Ministério das Relações Exteriores divulgou, neste domingo (22/6), informações sobre o resgate. Confira abaixo a nota do Ministério na íntegra:
Equipes do Agência de Busca e Salvamento da Indonésia iniciaram há pouco o terceiro dia do esforço de resgate de turista brasileira no Mount Rinjani (3.726 metros de altura), vulcão localizado na ilha de Lombok, a cerca de 1.200 km de distância de Jacarta. De acordo com informações recebidas pela equipe, a turista teria caído de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão.
Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão onde ocorreu a queda, em região remota, a cerca de quatro horas de distância do centro urbano mais próximo. O embaixador do Brasil em Jacarta entrou pessoalmente em contato com Diretor Internacional da Agência de Busca e Salvamento e com o Diretor da Agência Nacional de Combate a Desastres da Indonésia, e tem recebido das autoridades locais os relatos sobre o andamento dos trabalhos. Dois funcionários da embaixada deslocam-se hoje para o local com o objetivo de acompanhar pessoalmente os esforços pelo resgate, que foi dificultado, no dia de ontem, por condições meteorológicas e de visibilidade adversas.
O Ministro das Relações Exteriores, em nome do governo brasileiro, também iniciou contatos de alto nível com o governo indonésio com o objetivo de pedir reforços no trabalho de buscas na cratera do Mount Rinjani.