Visitas oficiais, reuniões bilaterais, acordos comerciais, aberturas de mercados, encontros com empresários, participação inédita na Cúpula de países do leste asiático e título de Doutor Honoris Causa. Na reta final de uma intensa agenda de compromissos na Indonésia e na Malásia desde a última quarta (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma coletiva de imprensa para traçar um balanço de seus compromissos, que ainda se estendem numa fala durante a Cúpula da Ásia do Leste na tarde desta segunda-feira.
Na bagagem de volta, novas perspectivas em áreas como agricultura e pecuária, semicondutores, ciência e tecnologia, minas e energia, segurança, transição energética e educação. “É mais uma viagem exitosa do governo brasileiro ao exterior. Temos um potencial extraordinário em todas as áreas para crescer a relação com a Indonésia, uma relação muito boa construída com o presidente Prabowo Subianto. E eu nunca tinha vindo à Malásia, e o primeiro-ministro Anwar Ibrahim é uma figura extraordinariamente agradável, que gosta do Brasil, que quer ter uma relação forte com o povo brasileiro”, afirmou Lula.
Portas abertas
O presidente ressaltou a importância da vinda de mais de 100 empresários brasileiros na comitiva, para conhecer potencialidades e abrir caminhos para trocas comerciais. “O presidente não faz negócio, ele abre portas. E a receptividade tem sido extraordinária. Há muita vontade de conhecer o Brasil, de conhecer a transição energética que o Brasil está pensando, essa coisa maravilhosa de um país que tem quase 90% da sua energia elétrica renovável, de um país que tem petróleo e, ao mesmo tempo, defende que vamos trabalhar para que a gente não precise mais usar combustível fóssil”, disse o presidente.
Outro Patamar
Para o líder brasileiro, a viagem tem sido, em especial, uma oportunidade para o Brasil conhecer o que os dois países do leste asiático têm a oferecer para permitir que o fluxo comercial saia do patamar de US$ 6 bilhões anuais para um outro patamar. “Temos que fazer a nossa economia crescer, aumentar o comércio exterior, a nossa atração de investimentos. Isso só se faz com a química rolando. Isso não se faz por WhatsApp, não se faz por e-mail, se faz pegando na mão das pessoas, olhando nos olhos e convencendo”, argumentou o presidente.
Ativa e Altiva
Lula enfatizou que o convite para participar da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, foi motivo de alegria e distinção, e retrato da retomada do protagonismo do Brasil no tabuleiro geopolítico internacional desde 2023. Uma perspectiva ativa e altiva na defesa do livre-comércio, das instituições multilaterais e do fim da dependência comercial concentrada em um ou outro parceiro.
Diversificação
“Eu fui o primeiro presidente do Brasil a participar do G7, o primeiro a participar da reunião da União Europeia com a CELAC, o primeiro a participar da reunião da União Africana e estou sendo o primeiro convocado a participar da ASEAN, que são 11 países com uma afinidade grande pelo Brasil”, listou o presidente, que também teve encontros bilaterais à margem da cúpula com o presidente do Vietnã e o primeiro-ministro de Singapura, além de se reunir como presidente Donald Trump, dos Estados Unidos.
30 anos
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lembrou durante a coletiva que o encontro de Lula com o primeiro-ministro Anwar Ibrahim rompeu um hiato de 30 anos que um chefe de Estado brasileiro não visitava a Malásia. “E esse foi o terceiro encontro entre o presidente Lula e o primeiro-ministro em menos de um ano, já que ele esteve duas vezes no Brasil recentemente, em novembro de 2024 para a Cúpula do G20 e agora, em 2025, para a Cúpula do BRICS”. O chanceler celebrou o apoio público da Malásia ao pleito brasileiro de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e citou a importância estratégica da assinatura de um acordo de cooperação na indústria de semicondutores. “A Malásia é o sexto maior exportador de semicondutores do mundo e indústria responsável por uma verdadeira revolução na sua economia”. (SecomPR)

