O prefeito em exercício de Palmas, pastor Carlos Velozo (Agir), confirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 2, que não informou o prefeito afastado Eduardo Siqueira Campos (Podemos) sobre as exonerações que foram publicadas no Diário Oficial do Município dessa terça-feira, 1° de julho. Velozo esteve com Eduardo na segunda-feira, 30. "Não falei com ele sobre demissão até porque não é conveniente falar isso no ambiente em que estávamos lá. Ele falou da preocupação de não perdermos alguns prazos, como o da MP (Medida Provisória) da merenda escolar [...]. Ele disse: a partir de agora fique à vontade para você fazer o que for preciso, que se Deus quis assim é assim que vai ser", justificou o prefeito interino.
A afirmativa de Eduardo foi entendida por Velozo como uma carta branca para as decisões tomadas. "Se for necessário, se eu precisar de algum aconselhamento, não vou me furtar de solicitar a ele, mas entendam bem: nada, nem ninguém vai fazer com que eu não cumpra o meu papel", declarou.
Foram exonerados Renato de Oliveira - do cargo de procurador-geral do município, e Carlos Antônio da Costa Júnior - do cargo de secretário-chefe de gabinete do prefeito. Carlos Júnior é amigo pessoal e de confiança de Eduardo Siqueira. Os novos representantes da pasta são de Brasília e filiados ao Agir, partido do pastor Velozo. No lugar de Renato foi nomeada Priscila Alencar Verissimo de Souza, e para ocupar o cargo de Carlos Júnior foi nomeado Fábio Bernardino da Silva.
Sobre a manifestação da família de Carlos Júnior, criticando a exoneração do secretário-chefe de gabinete, o prefeito em exercício disse ser legítima e que respeita. "É legítimo isso acontecer, respeito a família, não tenho problema nenhum, mas é preciso olhar para Palmas, olhar para a nossa Capital".
Velozo negou que tenha sofrido pressão partidária para realizar as nomeações. "Não aceito pressão", disse. O prefeito interino ainda respondeu sobre o porquê de nomear pessoas de Brasília e não de Palmas: "Temos muitas pessoas aqui, mas eu precisava de urgência nessa situação de pessoas próximas. [...] Se eles não conseguirem desenvolver um bom trabalho mando de volta para Brasília", assegurou.
Decisões
Apesar do clima pesado na capital, Velozo negou instabilidade. "Não existe instabilidade, existe sim tomadas de decisões pela cidade". O prefeito interino acrescentou que não vai se esforçar para justificar sobre rumores de rompimento. "Não vou me esforçar para justificar o que não existe porque quanto mais tentar justificar, estou dando voz a “idiotas”. Não vou desconstruir o que não existe", argumentou.
Carlos Velozo garantiu não ter medo de tomar decisões e que fará o que for necessário por Palmas. "Nunca tive medo de desafios, minha história é marcada por vencer desafios [...] Não estou feliz da forma que está acontecendo, mas o senso de responsabilidade me motiva".
Apoio nas demandas de Palmas
O prefeito interino disse ter sido bem recebido na Câmara de Palmas (na segunda-feira, 30) e confirmou que já está em tratativas para diálogo com o governador Wanderlei Barbosa. "Hoje já falei com o governador. Tive uma conversa muito boa e assim que ele chegar (de viagem) vamos conversar".
Sobre especulação de Impeachment
Especula-se que vereadores da capital começam a falar sobre a abertura de um processo de impeachment contra Eduardo Siqueira. Sobre a especulação, o pastor Velozo disse não pensar nesta questão. "Não parei para pensar nisso. Vejo que isso é especulação. Não posso parar para ficar ouvindo essas coisas", declarou.
MP da Merenda Escolar
A Medida Provisória da Merenda Escolar citada por Velozo foi publicada no Diário Oficial n°3.743, do dia 1° de julho. A MP, conforme consta do Diário, "institui a escolarização da alimentação escolar no âmbito das escolas públicas da Rede Municipal de Palmas, com o objetivo de regulamentar a execução direta, centralizada ou terceirizada dos recursos financeiros destinados à alimentação escolar".
A execução da escolarização da alimentação escolar será feita por intermédio da Secretaria Municipal de Educação, que poderá, entre outros: repassar os recursos destinados à alimentação escolar diretamente às unidades executoras, quando optar pela execução direta, e contratar empresa especializada para a prestação dos serviços de preparo, fornecimento e distribuição da alimentação escolar.