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Foto: Ricardo Stuckert / PR

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou nesse domingo, 6 de julho, que o desenvolvimento e o crescimento sustentável do mundo estão diretamente ligados à justiça tributária e ao combate à evasão fiscal. Esse foi um dos pontos que ele defendeu durante a sessão plenária da Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS, no Rio de Janeiro (RJ), sobre “Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Econômico-Financeiros e Inteligência Artificial”.

“As estruturas do Banco Mundial e do FMI sustentam um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo mais desenvolvido. Os fluxos de ajuda internacional caíram e o custo da dívida dos países mais pobres aumentou. Três mil bilionários ganharam US$ 6,5 trilhões desde 2015. Justiça tributária e combate à evasão fiscal são fundamentais para consolidar estratégias de crescimento inclusivas e sustentáveis, próprias para o século XXI”, destacou.

Reforma

Lula defendeu a revisão do sistema de cotas no Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmando que os votos dos países do BRICS na instituição deveriam corresponder a pelo menos 25% do total. Atualmente, respondem por 18%. Ele também apontou a necessidade de se promover uma reforma na Organização Mundial do Comércio (OMC). “Sua paralisia e o recrudescimento do protecionismo criam uma situação de assimetria insustentável para países em desenvolvimento. Não será possível restabelecer a confiança na OMC sem promover um equilíbrio justo de obrigações e direitos que reflita adequadamente os interesses de todos os seus membros”, afirmou Lula. “Precisamos destravar as negociações agrícolas e estabelecer um novo pacto sobre comércio e clima que distinga políticas ambientais legítimas de protecionismo disfarçado”, completou.

IA

Outro assunto abordado no discurso do presidente foi a inteligência artificial. Para Lula, as novas tecnologias devem atuar dentro de um modelo de governança justo, inclusivo e equitativo. “O desenvolvimento da Inteligência Artificial não pode se tornar privilégio de poucos países ou um instrumento de manipulação na mão de bilionários. Tampouco é possível progredir sem a participação do setor privado e das organizações da sociedade civil ", disse.

O presidente citou, ainda, a ideia de fazer um estudo de viabilidade para o estabelecimento de cabos submarinos ligando diretamente membros do BRICS, o que, segundo ele, “aumentará a velocidade, a segurança e a soberania na troca de dados”.

Agenda 

Neste domingo, a Cúpula do BRICS contou com a sessão plenária “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global” pela manhã. Esses debates foram ampliados em almoço de trabalho. Na abertura do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou o potencial da diversidade do BRICS para promover a paz e mediar conflitos. Em declaração oficial divulgada após essa sessão, os líderes do BRICS defenderam o multilateralismo e a reforma da ONU.

O encontro, realizado sob o tema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, segue nesta segunda-feira (7). Será promovida a sessão plenária “Meio Ambiente, COP 30 e Saúde Global”.

Grupo 

O BRICS é um agrupamento formado por 11 países membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Serve como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas. (SecomPR)