A Secretaria Estadual de Saúde (SES/TO) aguarda a confirmação definitiva dos seis casos de sarampo registrados em Campos Lindos, cidade tocantinense de apenas 8 mil habitantes, distante 560km da capital. Outras amostras foram enviadas ao laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro, sem prazo para a devolutiva.
Os seis casos, registrados nos dias 21 e 22 de julho, foram analisados pelo Laboratório de Saúde Pública do Tocantins (LACEN-TO). As amostras são de uma menina de apenas de quatro anos; uma adolescente de 15 anos, duas mulheres de 24 e 29 anos e dois homens de 21 e 27 anos.
Segundo a Saúde, os infectados - não vacinados - têm históricos de contatos com pessoas que estiveram em viagem por país onde o vírus circula, a Bolívia. Em junho deste ano a Bolívia declarou emergência sanitária devido ao surto de sarampo que vem enfrentando.
Medidas de contenção
A SES esclareceu que na sexta-feira, 18, deslocou profissionais de vigilância em saúde para as ações de contenção necessárias, como orientações de isolamento e vacinação dos contatos das pessoas confirmadas.
Atualmente, a pasta conta com 10 técnicos que juntamente com quatro profissionais do Ministério da Saúde (MS) e as equipes municipais fazem o trabalho de campo.
A Saúde Estadual informou ainda que enviou nota técnica aos 139 municípios e um informativo com todas as orientações necessárias às áreas de vigilâncias municipais.
Altamente contagiosa
O sarampo é uma doença grave, altamente contagiosa, e que já foi uma das principais causas de mortalidade infantil em todo o mundo. Um desafio para a saúde pública, especialmente em regiões com baixas taxas de imunização, tem transmissão de pessoa para pessoa, por via aérea - ao tossir, espirrar, falar ou até mesmo respirar.
Ao ser contaminado, o paciente tem de sete a 14 dias de período de incubação e a transmissão pode ocorrer entre seis dias antes e quatro dias após o aparecimento dos sintomas que compreendem corpo e febre alta, exantema maculopapular (manchas avermelhadas), tosse, coriza e conjuntivite. Podem ocorrer complicações como pneumonia, perda auditiva permanente, inflamação no cérebro e óbito.
Fonte: Ministério da Saúde
A saúde reforça que o sarampo é uma doença prevenível por vacinação. Todas as pessoas de 12 meses a 59 anos de idade têm indicação para serem vacinadas e o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente as vacinas tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
Além das doses de rotina estabelecidas no Calendário Nacional de Vacinação, a imunização para o sarampo pode ser indicada para crianças de seis meses a menores de um ano, em localidades com o surto da doença. Adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto contra o sarampo devem iniciar ou completar o esquema vacinal de acordo com a situação encontrada.
Taxa de Vacinação no Tocantins
Seguindo dados divulgados pela Secretaria de Saúde, no Tocantins a vacina tríplice viral é a mais disseminada e teve cobertura vacinal em 2024 de 93% na primeira dose e apenas 80% na segunda e o preconizado é de 95% da população alvo imunizada. Em 2025, até o momento, 86% com a primeira dose e 55% com a segunda. "Todas as mais de 300 salas de vacinação do Estado estão devidamente abastecidas com o referido imunizante", assegura a SES/TO.
Isolamento
Além da vacinação, a Saúde Estadual destaca que o isolamento é outra forma de evitar a transmissão. A pessoa com suspeita ou confirmação de sarampo deve evitar a ida ao trabalho ou escola por pelo menos quatro dias, a partir da data de aparecimento do exantema, além de evitar o contato com pessoas que são mais vulneráveis à infecção, como crianças pequenas e mulheres grávidas.
Outras medidas para evitar a transmissão são: limpeza regular de superfícies; isolamento domiciliar para a pessoa que estiver com suspeita no período de transmissão; distanciamento social em locais de atendimento de pessoas com suspeita da doença; cobrir a boca ao tossir ou espirrar e o uso de lenços descartáveis e higiene das mãos com água e sabão, e/ou álcool em gel.
Tratamento
Não existe tratamento específico para o sarampo e os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. A orientação da SES-TO é procurar o serviço de saúde mais próximo, caso apresente os sintomas, para a prescrição médica adequada. (Com informações da SES/TO e Ministério da Saúde)