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Estado

Foto: Aldemar Ribeiro/ Secom-TO - Reprodução CMP

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O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, afastado desde a semana passada do cargo - por decisão referendada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) -, continua sendo assunto no noticiário nacional. Nessa quarta-feira, 10, a revista Veja divulgou apuração sobre a "curiosa relação do governador com um advogado".

O advogado em questão é Alberto dos Santos Moreira, profissional que defende Wanderlei na Operação Fames-19 - operação que resultou no afastamento do governador. A reportagem, escrita pelo jornalista Robson Bonin, destaca que o jurista atuou, em 2023, como defensor de uma entidade num processo milionário contra o Governo de Wanderlei. 

O jornalista da Veja apurou que, pelo trabalho contra o Estado e em defesa da entidade, o advogado e um sócio dele foram autorizados a receber mais de 20 milhões de reais em honorários.

O processo é da Pró-Saúde, que tinha para receber do Estado R$ 31.378.752,04, mas o acordo fechou em R$ 85.957.896,20. Confira a reportagem.

Na Câmara de Palmas 

Na Câmara de Palmas o vereador Carlos Amastha (PSB) repercutiu a reportagem. 

"Ontem a revista Veja nos trouxe uma notícia feia, coisas do nosso Tocantins, inacreditáveis. O doutor Alberto Moreira e o doutor Flávio Schegerin eram os dois advogados que defenderam o caso da Pró-Saúde contra o Governo do Estado. Pasmem, a dívida que o Estado tinha com o Pró-Saúde era de R$ 31 milhões e o acordo que o Estado fez, o Estado do Tocantins com o governador afastado, fizeram acordo para pagar R$ 85 milhões. [...] Os advogados doutor Moreira e o doutor Schegerin estão recebendo por causa desse processo R$ 20 milhões de honorários. Adivinhem quem são os advogados que estão representando o governador afastado Wanderlei Barbosa no STF: esses dois advogados", disse. 

Amastha disse não estar culpando ninguém, mas que considera ser uma situação muito feia. "Para mim, não gosto do cheiro disso. Paciência!", declarou. 

Confira a fala do parlamentar na íntegra:

Afastamento do governador 

O ministro do STJ, Mauro Campbell, determinou o afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, por um período de seis meses. A decisão foi tomada no âmbito da Operação Fames-19, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nessa quarta-feira, 3, para investigar um suposto esquema de desvio de recursos públicos voltados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19, incluindo verbas destinadas à aquisição de cestas básicas.

A decisão do ministro Campbell foi referendada pela Corte Especial do STJ. 

De acordo com a PF, as investigações, que tramitam sob sigilo no STJ, apontam fortes indícios de um esquema de desvio de recursos públicos entre os anos de 2020 e 2021, período em que os investigados teriam se aproveitado do estado de emergência em saúde pública e assistência social para fraudar contratos de fornecimento de cestas básicas.

Segundo a apuração da PF, foram pagos mais de R$ 97 milhões em contratos para fornecimento de cestas básicas e frangos congelados, com prejuízo estimado superior a R$ 73 milhões aos cofres públicos. Os valores desviados teriam sido ocultados por meio da construção de empreendimentos de luxo, compra de gado e pagamento de despesas pessoais dos investigados. 

Saiba mais: Ministro do STJ determina afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa