A cidade de Campos de Jordão (SP) sediará, nos próximos dias 11 a 14 de novembro, o Aquaciência 2025 – 11º Congresso Brasileiro de Aquicultura e Biologia Aquática, e diversos pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura estarão presentes no evento. Além de participarem da programação oficial do congresso com palestras, os cientistas apresentarão trabalhos por meio de pôster, pitch (apresentações de cinco minutos) e exposições orais de dez minutos.
No dia 12, às 10h15, a pesquisadora Luciana Shiotsuki fará uma palestra sobre “Melhoramento genético de espécies nativas – o caso do tambaqui”, quando serão destacados os avanços alcançados rumo à implantação do primeiro programa estruturado de melhoramento genético da espécie no Brasil.
“Há mais de uma década, a Embrapa reúne esforços para formação de uma população base com diversidade genética controlada – passo essencial para o desenvolvimento de linhagens mais produtivas e sustentáveis, que subsidiarão as futuras gerações melhoradas”, destacou a pesquisadora. “Este programa representará um marco para a aquicultura brasileira, unindo ciência, conservação e inovação tecnológica em prol de uma espécie nativa estratégica”, complementou.
No mesmo dia, às 13h30, será a vez do pesquisador Lucas Torati abordar o tema “Avanços na reprodução induzida do pirarucu”, dentro do Painel “Inovações em reprodução de peixes: da pesquisa ao setor produtivo”.
A apresentação irá detalhar o histórico de pesquisas da Embrapa Pesca e Aquicultura com a reprodução induzida no pirarucu, listando as técnicas de sexagem, de identificação da maturidade sexual, oss testes de indução hormonal, coleta de sêmen e os recentes estudos comportamentais utilizando inteligência artificial.
Dentro do “Painel de inovação & empreendedorismo científico” que acontecerá no dia 12, às 13h30, haverá a apresentação da pesquisadora Janaina Kimpara, da Embrapa Agricultura Digital. O tema: “Tecnologias digitais na aquicultura: o caso da Embrapa”. A palestra vai abordar tecnologias e inovações digitais da Embrapa na área de aquicultura. Entre elas, o Aplicativo Aquicultura Certa, uma ferramenta que combina dados climáticos, informações sobre qualidade da água e modelos de crescimento de peixes gerados por inteligência artificial (IA) para apoiar o manejo e a tomada de decisão dos produtores. Também vai falar sobre o desenvolvimento de sensores de internet das coisas (IoT) para o monitoramento das condições ambientais de produção, e do sensoriamento remoto combinado com ferramentas de deep learning para apoiar o planejamento e a expansão sustentável da aquicultura. A pesquisadora deve trazer ainda o contexto importante da inclusão socioprodutiva e digital, como as iniciativas da Embrapa voltadas para pequenos e médios produtores rurais.
Fechando a lista de pesquisadores que vão proferir palestras, no dia 13, às 13h30, a pesquisadora Fernanda O’Sullivan apresentará o tema “Avanços na Edição Genômica para a Aquicultura Nativa Brasileira: o Caso do Tambaqui (AquaCRISPR)”.
Tambaqui é destaque nas apresentações pitch
Entre as apresentações no formato de cinco minutos está a "Análise da Viabilidade Econômica da Criopreservação de Sêmen de Tambaqui (Colossoma macropomum)", que será apresentada pela pesquisadora Luciana Ganeco. O trabalho faz parte de um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT), sob sua coordenação.
A cientista conta que foi realizada uma análise da viabilidade econômica do uso da tecnologia preservação de sêmen congelado de tambaqui em uma propriedade de produção de alevinos. “Foram calculados os custos de produção e manutenção do banco de sêmen na propriedade, considerando os gastos com investimento e custeio. Os resultados apontaram apenas um pequeno aumento no custo de produção do milheiro de alevinos, indicando que a agregação da técnica pode ser economicamente viável”.
Também sob o formato pitch, a pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura Ana Paula Oeda falará sobre "Alimentação Inicial do Tambaqui (Colossoma macropomum) Durante a Larvicultura Intensiva".
Segundo a cientista, a larvicultura intensiva do tambaqui, embora pouco praticada pelo setor produtivo, permite um maior controle das condições ambientais e o fornecimento adequado de alimento de qualidade, com benefícios que se estendem para a fase de engorda do peixe. Contudo, é dependente do uso de alimentos vivos, principalmente artêmia, que envolve alto custo, elevada mão de obra e infraestrutura à parte. “Nesse trabalho, verificamos que é possível utilizar um alimento inerte sem prejuízo no crescimento larval e com menor custo de alimentação”, afirma ela.
Emissões de gases de efeito estufa
Entre as apresentações orais de dez minutos, a pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, Adriana Lima, além de outros dois pesquisadores vão expor o tema "Emissões de Gases de Efeito Estufa no Monocultivo de Tambaqui e no Cultivo Integrado Curimba".
O trabalho trará resultados sobre emissões de gases de efeito estufa (GEE) em viveiros escavados de piscicultura. A pesquisa, conduzida no Centro de Aquicultura da Embrapa Pesca e Aquicultura, avaliou as emissões de gás carbônico, metano e nitrogênio no monocultivo de tambaqui e no cultivo integrado com curimba em viveiros escavados durante a fase de engorda.
“As avaliações mensais mostraram que as emissões variam principalmente ao longo do tempo de cultivo, sem influência significativa dos modelos de produção, além de apresentarem grande variabilidade entre viveiros”, destaca a pesquisadora. “Os dados temporais obtidos são inéditos para a piscicultura nacional e fornecem referências importantes sobre o impacto da atividade nas emissões de gases de efeito estufa”.
Finalizando a participação da Embrapa Pesca e Aquicultura, a pesquisadora Andrea Elena Pizarro Munoz e a atual chefe de Transferência de Tecnologias Marcela Mataveli, apresentarão o pôster é "Piscicultura Amazônica, Bioeconomia e Políticas Públicas", no qual será mostrada a construção de cenários discutidos no âmbito do projeto Bioeconomia Inclusiva na Amazônia (BIAmazon). (Embrapa/TO)

