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Economia

Em um momento em que a Amazônia se torna peça-chave da competitividade logística brasileira, o Banco da Amazônia reuniu, no sábado,15, especialistas do governo, setor privado e instituições de planejamento para discutir como expandir a infraestrutura da região Norte sem repetir modelos que pressionam ainda mais o território. Os debates ocorreram no pavilhão do Banco, na Green Zone da COP30, e marcaram o início de uma agenda dedicada à infraestrutura verde, conceito que combina eficiência logística com soluções baseadas na natureza.

A abertura foi conduzida pelo diretor de Crédito do Banco da Amazônia, Roberto Schwartz, que reforçou a importância do diálogo com o Ministério de Portos e Aeroportos em um momento de forte reorganização dos corredores logísticos do país. “O primeiro painel nos permitiu capturar a visão do Ministério sobre a estrutura logística da região. É essencial entender como o próprio regulador enxerga o desenvolvimento de portos e aeroportos no Norte. Ao longo do dia teremos ainda parceiros da iniciativa privada e órgãos de planejamento, construindo uma radiografia mais completa de como ficará o setor nos próximos anos”, afirmou.

A pressão por novos corredores cresce e, com ela, a urgência de soluções que evitem ampliar o desmatamento e os impactos sobre comunidades ribeirinhas. A infraestrutura verde aparece nesse cenário como alternativa estratégica. Ao incorporar elementos naturais ao planejamento, como áreas de amortecimento contra cheias, drenagem natural e manejo florestal em faixas logísticas, projetos reduzem riscos, prolongam a vida útil das obras e evitam intervenções mais agressivas ao ambiente.

O diretor-Executivo da TGSA, Paulo Penha Capriolli, destacou que o alinhamento entre financiamento e sustentabilidade começa a se consolidar como critério decisivo nos novos investimentos portuários da região. “O Banco é importante não só para nós, mas para toda a região, porque gera oportunidade e riqueza de maneira sustentável. O financiamento com foco em sustentabilidade é o grande recado desse fórum”, afirmou.

Os encontros de sábado inauguram uma jornada de discussões sobre o futuro logístico da Amazônia durante a COP30. O debate traz a missão de destravar o potencial econômico da região sem comprometer o maior território de floresta tropical do planeta, onde vivem milhões de pessoas que dependem diretamente de rios, florestas e sistemas naturais.