Má alimentação e sedentarismo estão entre os fatores que impulsionam o que especialistas já classificam como uma epidemia de diabetes no Brasil. De acordo com o levantamento Vigitel, realizado pelo Ministério da Saúde, 10,2% da população adulta afirmou ter recebido diagnóstico da doença, o que representa mais de 20 milhões de pessoas. Entre as consequências mais graves está o risco de perda da visão.
A retinopatia diabética é uma das complicações mais frequentes da diabetes e também uma das principais causas de cegueira evitável no mundo. Ela ocorre quando os níveis elevados de glicose danificam os vasos sanguíneos da retina, região do olho responsável pela formação das imagens. Nos estágios iniciais, o problema costuma evoluir sem sintomas, e quando a visão começa a ser afetada, o dano já pode ser irreversível.
A oftalmologista do Hospital de Olhos de Palmas (HOP) Dra. Lorena Dupin, explica que o acompanhamento oftalmológico regular é indispensável para quem tem diabetes. "O exame de fundo de olho permite identificar precocemente alterações na retina, antes mesmo que o paciente perceba qualquer mudança na visão. Quando se percebe cedo que a doença está afetando a saúde ocular, as chances de preservar a visão são muito maiores", afirma.
De acordo com a especialista, alguns sinais de alerta exigem atenção imediata, como visão embaçada, manchas escuras no campo visual, dificuldade para enxergar à noite ou percepção de sombras e linhas tortas. "Esses sintomas indicam que a retina já está sendo afetada. Por isso, todo paciente diabético deve realizar o exame oftalmológico pelo menos uma vez por ano, mesmo que não apresente queixas", orienta a médica.
O tratamento para a retinopatia diabética pode incluir injeções intraoculares, laser ou cirurgia, conforme a gravidade do quadro. Nos últimos anos, avanços na tecnologia oftalmológica têm permitido resultados cada vez melhores, mas o sucesso do tratamento depende do controle rigoroso da diabetes e de um acompanhamento multidisciplinar entre endocrinologista e oftalmologista.
A Dra. Lorena reforça que o cuidado preventivo ainda é a melhor forma de evitar complicações. "Manter a glicemia sob controle, seguir uma alimentação equilibrada, praticar atividade física e não faltar às consultas são atitudes simples que fazem toda a diferença para preservar a visão e a qualidade de vida", conclui. (Precisa/AI)

