Diante de um investimento projetado de R$ 190 bilhões por montadoras e pela cadeia do setor automotivo até 2033, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi enfático ao destacar a importância estratégica do retorno do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que volta a abrir as portas após um hiato de sete anos.
“A história da indústria automobilística será marcada entre antes e depois desse salão do automóvel. Quem vier aqui vai perceber que o Brasil efetivamente é um país competitivo, de oportunidade, cansado de ser um país em desenvolvimento”, afirmou, durante evento nesta quinta-feira, 20 de novembro, que marcou a abertura do salão na capital paulista.
“A gente quer definitivamente ser um país desenvolvido para garantir a vocês, que levantam às 5h manhã, que batem cartão às 7h, e que saem às 17h para cuidar da família de vocês, a possibilidade de receber um salário digno. É por vocês e para vocês que a gente quer que esse país se transforme num país desenvolvido”, prosseguiu Lula, referindo-se aos trabalhadores da indústria automotiva que acompanharam a cerimônia.
“Tem muitas empresas estrangeiras acreditando no Brasil. Nunca tivemos tanto investimento direto nesse país como agora”, disse Lula, que recordou que o país retomou, a partir de 2023, um avanço que a indústria automobilística já teve há 15 anos, mas que decaiu nos últimos governos. “No fim de meu mandato, em 2010 e no início do mandato da Dilma, em 2011, a indústria automobilística festejava a venda de 3 milhões e 600 mil carros por ano. Quando voltei à Presidência, 15 anos depois, a indústria automobilística só estava vendendo 1 milhão e 600 mil carros por ano, menos da metade do que se vendia em 2010 e 2011”.
Estabilidade
Lula enumerou cinco fatores que explicam a retomada do crescimento da indústria automobilística no país e o atual desenvolvimento econômico da nação. “Um país só se desenvolve, só cresce, se houver um grau de confiança entre o conjunto da sociedade. O papel do Estado é oferecer aos cidadãos, aos empresários, uma coisa chamada estabilidade política. Depois, tem que oferecer estabilidade econômica, estabilidade fiscal, estabilidade jurídica e estabilidade social. Quando tudo isso estiver pronto e houver previsibilidade no comportamento do Estado, as pessoas começam a acreditar e as coisas começam a acontecer”.
Transição
Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea, Igor Calvet ressaltou que o retorno do Salão do Automóvel é mais uma prova do ótimo momento econômico do país. “O Salão do Automóvel reflete o mundo e o Brasil como são hoje: múltiplos, cheios de possibilidades e em plena transição. É nesse cenário que a indústria reafirma hoje a sua força. São 1 milhão e 300 mil empregos gerados direta e indiretamente pelo setor. Temos 190 bilhões de reais em investimentos anunciados até 2033, dos quais 140 das fabricantes associadas à Anfávea. Outros 50 bilhões vêm da cadeia de autopeças”, destacou.
20% DO PIB – O setor automotivo responde por quase 20% do PIB industrial brasileiro. Com 53 fábricas e presença em nove estados, fabricantes associadas à Anfavea tiveram, juntas, receitas de R$ 360 bilhões em 2024 e R$ 252 bilhões em exportações.
Produção nacional
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges celebrou os investimentos no setor e a perspectiva de empregos no país. “Saudamos os investimentos de novas empresas que estão chegando. Que sejam bem-vindas e que venham produzir aqui, gerar empregos aqui e fortalecer nossa cadeia de fornecedores”.
Indicadores em alta
Para além da indústria automobilística, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elencou indicadores que refletem o momento econômico especial do país. “Nos quatro anos do terceiro mandato do presidente Lula, vamos experimentar a menor inflação acumulada da história do país. Nesses quatro anos vamos ter a menor média de desemprego da série histórica do IBGE. O crescimento econômico médio vai ser o maior desde quando ele saiu da presidência em 2010. O Brasil está entre os dez países mais desiguais do mundo, e vamos divulgar dados mostrando que a economia está no menor nível de desigualdade da história, medido pelo Índice de Gini”, anunciou Haddad, em referência ao instrumento que avalia o grau de concentração de renda. (SecomPR)

