O Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Tocantins (Sindifato) alega que o plano de saúde Servir está em grave crise, deixando mais de 200 farmacêuticos e outros servidores da saúde em situação de vulnerabilidade. A entidade representativa manifesta profunda preocupação.
"Apesar de terem um desconto mensal em seus contracheques, um valor significativo que representa uma parcela considerável do orçamento familiar, esses profissionais se veem impedidos de acessar serviços básicos e essenciais de saúde", lamenta.
De acordo com o Sindifato, o cenário é de descredenciamento massivo de prestadores, filas de espera que ultrapassam os três meses e a completa ausência de opções para tratamentos urgentes, transformando o direito à saúde em uma promessa vazia.
O Sindifato afirma que se acumulam os relatos de profissionais sobre a dificuldade em agendar consultas e procedimentos. "Muitos servidores, como um farmacêutico que necessita urgentemente de uma consulta com um endocrinologista para acompanhamento de uma condição crônica, se deparam com a inexistência de profissionais credenciados na rede em todo o estado, ou com prazos de agendamento que, quando existem, superam os 90 dias", posiciona a entidade.
A "raiz do colapso", argumenta o Sindicato com base em denúncias que tem recebido, reside na falta de regularidade e transparência nos pagamentos por parte do governo aos prestadores de serviço. "Essa inadimplência crônica tem levado a um êxodo sem precedentes de clínicas, laboratórios, hospitais e médicos especialistas da rede credenciada do Servir".
O Sindifato diz não existir justificativa para a demora do pagamento de prestador de serviço. "Os descontos são feitos na folha de pagamento, não existe justificativa para a demora do pagamento de prestador de serviço. Exatamente pela ausência de pagamento que muitos profissionais resolveram deixar de atender pelo Servir”, completa a declaração.
Problemática antiga
O Sindifato destaca, porém, que a ineficiência e os problemas de gestão do plano Servir não são um fenômeno recente. "A problemática tem sido uma constante em diversas gestões governamentais anteriores, com a rotatividade de governadores e secretários contribuindo para a falta de continuidade nas políticas públicas e o aprofundamento das soluções. A cada mudança de comando, a esperança de melhorias se renova entre os servidores, mas a realidade tem demonstrado um agravamento progressivo da situação. A falta de um planejamento estratégico de longo prazo e a descontinuidade administrativa têm impedido a construção de um sistema de saúde suplementar robusto e confiável, culminando na crise atual que afeta diretamente a saúde, o bem-estar e a segurança dos servidores públicos do Tocantins", posiciona a entidade.
Ofício
O Sindifato comunicou que não ficará inerte e protocolará ofício formal junto ao secretário de Administração do Estado do Tocantins na próxima sexta-feira, 5 de dezembro. Segundo a entidade sindical, o documento requererá providências urgentes e efetivas para a quitação dos débitos acumulados com os prestadores de serviço. "O objetivo primordial é garantir a regularização do plano de saúde Servir, permitindo que os profissionais de saúde voltem a integrar a rede credenciada e, assim, restabeleçam o acesso dos farmacêuticos e demais servidores aos serviços de saúde que lhes são de direito e que são religiosamente descontados de seus salários", destaca o presidente Renato Soares.
O presidente orienta os farmacêuticos que estejam enfrentando dificuldades com o plano Servir a denunciarem seus casos específicos ao Sindifato. "O sindicato está de portas abertas para acolher as denúncias, oferecer suporte e fortalecer a luta por um Servir que realmente sirva aos seus beneficiários, e não apenas gere descontos em contracheques sem a devida contrapartida".
Secad
A equipe do Plano de Saúde dos Servidores do Estado esclareceu nesta sexta-feira dúvidas da população sobre o encerramento dos contratos com parte dos prestadores do Servir e apresentou as ações já em andamento para garantir a continuidade dos atendimentos. As informações foram detalhadas em entrevista concedida à rádio Unitins FM.
De acordo com a equipe, para garantir a continuidade da rede assistencial, o Servir já iniciou um novo processo de credenciamento, que permitirá a participação tanto dos antigos quanto de novos prestadores.
Confira mais detalhes: Governo finaliza contratos e assegura a manutenção dos atendimentos do Servir

