A Prefeitura de Araguaína, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, publicou um alerta epidemiológico após identificar aumento significativo na circulação de vírus respiratórios no município. O cenário reforça a necessidade de intensificar cuidados durante o período chuvoso, quando a transmissão tende a crescer.
Os dados são do setor de Vigilância Epidemiológica/CIEVS, com base nas análises do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), que monitora os resultados de exames realizados na rede de saúde entre 1º de janeiro e 9 de dezembro de 2025.
Rinovírus segue predominante
O levantamento mostra que, ao longo de 2025, os vírus respiratórios mais detectados foram Rinovírus, Adenovírus e Influenza A.
Em outubro, o Rinovírus foi responsável por 44,1% dos exames positivos, seguido por Adenovírus (15,8%) e Influenza A (13,2%). Já em novembro, embora o Rinovírus continuasse predominante, houve crescimento do Influenza A, que passou a representar 18,5% dos casos detectados.
Esse aumento da Influenza A é um comportamento esperado para o período chuvoso, quando a circulação do vírus se intensifica e pode levar a quadros mais graves em populações vulneráveis.
Crianças pequenas concentram a maior parte das infecções
De acordo com a Vigilância, grande parte das coletas realizadas ocorre em serviços pediátricos da rede pública, o que reflete a maior quantidade de resultados positivos entre crianças.
● A faixa etária de 0 a 9 anos concentra a maior parte dos exames detectáveis,
● sendo que crianças de 0 a 2 anos representam mais da metade de todas as confirmações registradas.
Entre outubro e novembro de 2024, foram registrados 2.524 atendimentos de crianças com síndromes respiratórias. No mesmo período de 2025, esse número subiu para 3.117 atendimentos, o que representa um aumento de aproximadamente 23,5% na procura por assistência devido a doenças respiratórias.
O que reforça a necessidade de atenção redobrada das famílias, já que bebês e crianças pequenas possuem sistema imunológico ainda em desenvolvimento e são mais suscetíveis a complicações, como pneumonia e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Período chuvoso intensifica risco de agravamento
Embora muitos quadros respiratórios sejam autolimitados, há risco de evolução para formas graves em: crianças menores de cinco anos, idosos, gestantes e puérperas, pessoas com comorbidades e imunossuprimidos.
Nesses grupos, infecções como a gripe podem necessitar de internação e trazer risco aumentado de óbito.
Vacinação segue até fevereiro
A campanha de vacinação contra a Influenza segue ativa em Araguaína até 28 de fevereiro de 2026, dirigida aos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde.
A diretora de Imunização, Samilla Braga, reforça a importância da adesão:
“A vacina contra a influenza protege não apenas quem recebe a dose, mas também quem está ao redor, especialmente os grupos de risco. É uma medida simples, segura e essencial para evitar complicações e hospitalizações. Não deixe de procurar sua UBS e se vacinar.”
A vacinação está disponível em todas as UBS e exige apresentação do CPF, cartão de vacina e comprovação de grupo prioritário.
Vacina contra o VSR
A Secretaria de Saúde também reforça a importância da vacinação contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias agudas graves em bebês, especialmente bronquiolite e pneumonia. A imunização está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e é destinada às gestantes a partir da 28ª semana, sem restrição de idade.
A proteção oferecida pela vacina passa da mãe para o bebê, garantindo defesa durante os primeiros meses de vida, quando o risco de agravamento é maior. Para receber a dose, basta que a gestante procure a UBS mais próxima levando cartão de vacinação e Caderneta da Gestante. A meta do Município é imunizar 80% do público-alvo durante todo o período de campanha iniciado no último dia 09.
Diagnóstico rápido
A Secretaria orienta que, ao surgir sintomas como febre, tosse persistente ou dificuldade para respirar, a população procure atendimento. O teste RT-PCR é fundamental para identificação do vírus e orientação do tratamento nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas.
“Prevenir sempre será a melhor escolha. A vacinação, aliada aos cuidados diários e ao diagnóstico precoce, faz toda a diferença para proteger a nossa população”, reforça Samilla.
Em casos de risco, o uso de antivirais contra Influenza deve ser iniciado prioritariamente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas com orientação médica.

