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Ciência & Tecnologia

Raro é o consumidor que se dá ao trabalho de saber detalhes do componente sobre o qual quase todos os itens acima são montados ou conectados: a placa-mãe ou motherboard.

Se considerarmos o processador como o cérebro de um computador, podemos entender a placa-mãe como a extensão desse sistema nervoso. É por meio dela que todos os componentes eletrônicos – onboard (ou seja, aqueles que fazem parte da placa) ou externos – se comunicam e realizam as funções para as quais foram projetados. Caso a motherboard apresente alguma falha, de nada adianta o processador ou a memória serem o que existe de melhor no mercado; mais cedo ou mais tarde algum problema irá aparecer.

Travamentos e falhas esporádicas são apenas alguns desses entraves, capazes de tirar qualquer usuário do sério, sem contar a perda de informações que isso pode acarretar.

As empresas que produzem placas-mãe no Brasil, em geral, gozam dos benefícios dos PPB (Processo Produtivo Básico). Para terem direito a determinadas isenções, os fabricantes devem assegurar que as placas são completamente montadas aqui – desde a inserção de minúsculos componentes (em geral, transistores, capacitores e diodos, – genericamente denominados componentes SMD) – até sua fase final de embalagem.

A fabricação de placas de circuito integrado é uma tarefa complexa que combina etapas totalmente mecanizadas e outras manuais. Na primeira, equipamentos de precisão não apenas inserem e soldam os componentes às placas, como verificam se isso ocorreu da forma adequada. Para se ter uma idéia, a pasta de solda utilizada recebe um tratamento prévio para que seja usada dentro de uma determinada faixa de temperatura.

Sem isso, poderiam ocorrer trincas; uma fissura na solda, por menor que seja, pode prejudicar a transmissão elétrica entre os componentes e acarretar travamentos do sistema.

Por essa razão, o controle de qualidade durante todas as fases de produção é de extrema importância. Muitos dos equipamentos envolvidos possuem lentes que permitem "analisar" cada componente antes que ele seja soldado à placa. Aqueles que apresentam qualquer tipo de problema são descartados.

A atuação humana, digamos, começa depois da soldagem dos componentes SMD, com uma inspeção visual. Para isso três pessoas verificam cada placa montada, checando a qualidade das soldas e a presença de todos os componentes. A etapa seguinte consiste em submeter a motherboard a uma corrente elétrica para verificar curtos ou pontos abertos, bem como conferir os níveis de corrente elétrica que passa pelos componentes.

Intervenção humana

Após a inserção dos componentes SMD, as placas seguem para a montagem dos conectores. Aqui, slots de memória, de placas, conectores USB, VGA e outros são inseridos na placa-mãe. Como esses componentes atravessam a placa, a montagem é feita por pessoas, enquanto a soldagem, por máquinas.

No processo 53 pessoas estão envolvidas na inserção dos componentes que acompanha uma esteira mecânica, até um banho de solda líquida. Por uma exigência da União Européia, a solda utilizada é lead free, ou seja, sem chumbo, material nocivo ao meio ambiente. Diversos pontos de controle estão espalhados ao longo da linha de produção. Neles, scaners lêem o número de série de cada placa a partir de uma etiqueta que traz um código de barras.

A combinação dessas informações permite identificar em que etapa da produção determinado problema pode ter ocorrido, facilitando o reparo da placa defeituosa.

Uma vez finalizada a montagem, cada placa é submetida a uma verificação completa, não só do ponto de vista físico quanto lógico (as placas passam por uma bateria de testes de software).

Da redação com informações PC WORD