apesar da afirmação peremptória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a Amazônia não se presta à cultura da cana-de-açúcar e da proibição de plantio anunciada este mês pelo Ministério da Agricultura .
Segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, a safra de cana na Amazônia Legal - que compreende estados como Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins -, aumentou de 17,6 milhões de toneladas para 19,3 milhões de toneladas no período 2007/2008.
Em Mato Grosso, por exemplo, foi registrada expansão da área plantada de 10%, enquanto no Tocantins esse aumento foi de 13% e no Amazonas, de 8%. Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Judson Ferreira, a produtividade média do Acre é de 80 a 100 toneladas de cana por hectare, igual a de tradicionais estados produtores, como São Paulo e Pernambuco.
Tradicional plantador de cana e responsável por uma produção anual de nove milhões de toneladas, o grupo Farias pretende quintuplicar esse volume até 2015. O objetivo de Eduardo Farias, presidente do grupo, é lançar mão do projeto Álcool Verde, instalado no município Capixaba, no Acre, para atingir essa meta.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, insiste em afirmar que a cana-de-açúcar ainda não chegou à Amazônia. "Não existe cana na Amazônia. Não temos conhecimento de nenhum projeto na região, nem recente nem antigo", disse o ministro, dando respaldo à tese de que a cana se mantém longe da floresta, como quer fazer crer o presidente Lula.
Da redação com informações Globo Online