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A esperança de cura para os cerca de um milhão de pessoas que a cada ano se contaminam com malária na região amazônica pode estar em uma pesquisa que vem sendo desenvolvida , há oito anos, pelo Laboratório de Imunologia Celular da Universidade de Brasília (UnB).

O estudo comprovou a atividade antimicrobiana de substâncias extraídas das glândulas secretoras de anfíbios das espécies Phyllomedusa hypocrondrialis e Phyllomedusa oreades, dois tipos de pererecas encontrados com facilidade no Brasil, inclusive no Cerrado.

De acordo com os pesquisadores, as substâncias extraídas da pele desses animais também são capazes de combater infecções por bactérias resistentes a antibióticos, como é o caso da leishmaniose, que acomete muitas pessoas e provoca mortes no Brasil e em países de clima tropical.idade de Brasília.

Segundo a bióloga e pesquisadora do Laboratório de Imunologia Celular da UnB, Selma Kuckelhaus, as substâncias chamadas filosseptinas foram primeiramente identificadas e sintetizadas pela Unb em parceria com Empresa Brasileira de Pesquisas agropecuária (Embrapa). A descoberta foi patenteada internacionalmente em nome das duas instituições.

A pesquisadora explicou que o antibiótico obtido a partir da secreção do anfíbio já está pronto, mas para que seja disponível no mercado depende da parceria com a iniciativa privada.

'A universidade vai até um ponto, até a identificação, aplicação e a descoberta de que substância realmente funciona. Daí pra frente a gente precisa de parceria", explicou a pesquisadora.

Selma Kuckelhaus lembra que a indústria tem como produzir as substâncias de forma barata com custo menor, além da capacidade de investir pesado em novos testes para avaliar a viabilidade da aplicação na população.

"A indústria também já está vendo com bons olhos, pra ver a possibilidade da gente viabilizar e acelerar o processo de aplicação dessas moléculas novas" .

De acordo com a bióloga, o maior problemas enfrentado hoje no setor de pesquisa são os recursos escassos, daí a importância da participação da iniciativa privada. Segundo ela, o país tem a seu favor a riqueza da biodiversidade, mas para aproveitar melhor o que ela oferece é preciso investir pesado em pesquisa.

O diretor técnico da Fundação de Vigilância de Saúde do Amazonas, Bernardino Cláudio, que já foi vítima da malária, fala da importância da descoberta de medicamentos mais eficazes no combate a doença.

"Temos um problema dentro do tratamento que é a questão da resistência das bactérias a determinadas drogas. Isso acontece freqüentemente. Sempre que um medicamento é lançado tem grande eficácia, mas assim que é universalizado a eficácia cai".

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMC ), a malária é a doença tropical e parasitária que mais causa problemas sociais e econômicos no mundo e só é superada em número de mortes pela Aids.

Agência Brasil

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