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O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou hoje que o governo vai apresentar um "desenho" da proposta de renegociação das dívidas dos produtores rurais na próxima terça-feira, 11, a um grupo de parlamentares da Comissão de Agricultura da Câmara. Ele disse que o Ministério da Fazenda já sinalizou com algumas medidas que poderão ser tomadas. Entre elas, está a adequação dos juros e a "eliminação de gorduras", tais como taxas e multas que foram aplicadas sobre a dívida principal.

O ministro comentou que esteve no Congresso Nacional pela manhã para uma visita de cortesia ao novo presidente da Comissão de Agricultura, Onix Lorenzoni (DEM-RS), que assumiu ontem o cargo. Segundo Stephanes, numa rápida reunião, foi discutido o calendário de assuntos prioritários para o agronegócio. Entre eles, está a questão do desmatamento na Amazônia, o embargo da União Européia à carne bovina brasileira, a elevação dos preços dos insumos e a questão do endividamento rural.

Stephanes observou, já na saída do Congresso, que foram feitos cortes no orçamento do Ministério da Agricultura, principalmente nos recursos para comercialização. Mas a expectativa dele é que o orçamento seja recomposto.

Segundo uma fonte do Congresso, um produtor que tinha uma dívida de R$ 119 mil teve seu débito elevado para R$ 357 mil, quando houve a securitização entre 1999 e 2000. O valor aumentou porque houve acréscimo de juros, multas e taxas sobre o valor principal.

Essa fonte comentou, ainda, que o estudo desenvolvido pelo governo estima a dívida do setor rural em cerca de R$ 100 bilhões e 60% desse total vai vencer entre 2008 e 2011. "Há um gargalo. Ninguém vai conseguir pagar isso", afirmou a fonte, que tem participado das discussões sobre o assunto.

Segundo ele, o governo deve prorrogar e renegociar as dívidas dos produtores de milho, café, arroz, soja, trigo, e algodão. Esses produtores, segundo a fonte, tiveram faturamento entre R$ 65 bilhões e R$ 67 bilhões com a venda desses produtos em 2005. Os encargos dos financiamentos oscilaram entre 8,75% e 20% ao ano.

Fonte: Agência Estado

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