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Palmas

Foto: Umberto Salvador Coelho Coordenadora da Mulher, Direitos Humanos e Eqüidade, Rosimar Mendes Coordenadora da Mulher, Direitos Humanos e Eqüidade, Rosimar Mendes
  • D. Creusa sofreu violência durante 19 anos dos 22 de casamento
  • D. Creusa trabalha muito para sustentar a família depois que separou - Foto - Umberto Salvador Coelho

Nesta semana em que se comemora o dia internacional da mulher em 8 de março, muitas conquistas estão sendo comemoradas, mas ainda há muito o que se fazer para que as mulheres alcancem a igualdade de gêneros e maior respeito social.

Em Palmas a Coordenação da Mulher Direitos Humanos e Equidade desenvolve um trabalho de proteção social que procura alcançar as mulheres, principalmente as mais humildes que são vítimas da violência doméstica.

A Coordenação criada pela iniciativa do prefeito Raul Filho, segundo a titular da pasta, Rosimar Mendes, tem como missão alem da proteção à mulher, combater todas as formas de discriminação racial, de gênero, opção sexual e de portadores de necessidades especiais. Dois serviços atendem as mulheres: o Centro de Referência e a Casa Abrigo.

Segundo Rosimar, os casos mais evidentes de violência contra a mulher, atendidos, se referem à violência física, moral e patrimonial. Rosimar informa que a violência sexual ainda é um tabu, por isto aperecem em menor número nas estatístias. “As vítimas sentem-se envergonhadas de expor o problema”, informa.

Lei Maria da Penha

No que se refere à violência física contra a mulher a coordenadora diz que a Lei Maria da Penha teve um papel preponderante pelo seu caráter protetivo e punitivo. A lei veio dar mais visualização à violência, “a comunidade tem chamado a polícia, olha tem tem alguém agredindo uma mulher”, diz. Segundo Rosimar para os casos em que há ameaça de morte e a mulher corre riscos, a Coordenação tem a Casa Abrigo, que só o Centro de Referência tem acesso.

Pela Casa Abrigo já passaram mulheres como D. Creusa Pereira Mota que foi até personagem de uma campanha nacional de combate à violência contra a mulher. D. Creusa foi casada durante 22 anos e segundo ela em apenas 3 anos deste período não sofreu violência. Segundo ela sempre havia brigas e um dos motivos era o alcoolismo do ex-marido.

D. Creusa conta que a Casa Abrigo a amparou em um momento difícil, “neste dia meu marido me bateu e mandou sair de casa, aí, como não tinha para onde ir, eu fui dar queixa na Delegacia da Mulher e a policial me encaminhou para a Casa Abrigo”.

Rosimar Mendes acredita que para desconstruir este padrão de relação machista e violenta, um papel preponderante é a educação e a cultura, “são eixos fundamentais”, diz.

Estatísticas da capital

Em 2007 o Centro de Referência atendeu 209 mulheres e a Casa Abrigo 45. Ainda foram atendidas 78 crianças vítimas indiretas que receberam acompanhamento psicológico.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, neste período, na capital Palmas, 8 mulheres sofreram tentativas de homicídio, 329 sofreram lesão corporal dolosa, 22 foram estupradas, 6 sofreram tentativas e 685 foram ameaçadas.

Interior

No interior do estado as estatísticas são bem mais elevadas em 2007 as ocorrências são de 47 tentativas de homicídio, 1.231 lesões corporais dolosas, 131 estupros, 33 tentativas e 2.058 ameaças.

 

Umberto Salvador Coelho

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