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Opinião

A ganância pelo poder, em atos incoerentes e inexplicáveis, praticados por líderes do partido Democrata, pode comprometer a eleição de Nilmar Ruiz na Capital e assim, frustrar os sonhos da senadora Kátia Abreu (DEM), para 2.010. Numa linha de conduta onde a falta de ética na política e a quebra dos acordos de unidade da Aliança da Vitória é quem vem ditando regras, a liderança democrata começa a colecionar decepções e descontentamentos por todo o Estado.

Em muitos municípios, de norte a sul e de leste a oeste do Tocantins, o DEM da senadora Kátia Abreu, com demonstrações de deslealdade subestima a capacidade de revide do fogo amigo. Mas em nenhum desses municípios esse comportamento deverá gerar conseqüências tão sérias quanto em Paraíso do Tocantins, cidade onde reside o ex-governador e deputado federal Moisés Avelino (PMDB).

Em respeito à Aliança da Vitória, o PMDB de Paraíso, que tem como candidato à reeleição o prefeito Arnaud Bezerra (PMDB), não coligou com o PTB do deputado Estadual José Geraldo, da União do Tocantins (UT). Entretanto, o DEM, ignorando o prestígio do deputado Avelino, e desrespeitando a Aliança da Vitória, coligou com a UT, surpreendendo e indignando aos peemedebistas.

Observe-se que em cidades como Colméia e Lagoa da Confusão o DEM também atropelou acordos da Aliança da Vitória, para citar apenas esses dois outros municípios.

As conseqüências das atitudes incoerentes dos líderes do DEM ainda são imprevisíveis, mas já resultaram no silêncio do deputado Moisés Avelino, cuja ausência na campanha da candidata demo, em Palmas, vem sendo bastante sentida, principalmente pela maior interessada, Nilmar Ruiz, mesmo apoiada pelo Governador Marcelo Miranda (PMDB).

Avelino não fala. Mas conhecido por sua coerência, seriedade e firmeza de posição, seguramente, assim como os correligionários, ele está ressentido com a quebra de unidade da Aliança da Vitória em Paraíso do Tocantins. E apesar de ter construído sólidos laços de amizade com sua colega de parlamento, Nilmar Ruiz, é bom lembrar que Avelino, mesmo sem se dedicar à campanha em Palmas, obteve quase 10 mil votos. Ou seja, quem decide a eleição na Capital é Moisés Avelino.

Basta lembrar que Raul filho tentou se eleger prefeito da Capital por duas vezes sem sucesso, e só conseguiu se eleger na terceira, quando o PMDB de Avelino, o apoiou. Mágoas do rompimento entre Raul e Avelino? Ah, do alto de seus 67 anos de idade, Avelino não deve mais guardar rancor de Raul. E aí, como fica a atitude do DEM? Levou o vereador Evandro Gomes (PMDB) como candidato a vice, mas não levou a militância do PMDB.

Num raciocínio bem simplório, os votos de Nilmar e Marcelo Lélis (PV) se misturam. Os votos de Raul são compostos por poucos votos petistas, votos da sociedade atendida, e de uma pequena parcela do PMDB. Logo, a definição da eleição em Palmas, vai passar pelos votos e militância do PMDB metropolitano, que tem como grande líder o ex-governador Moisés Avelino.

Se é difícil saber em prol de quem Avelino vai decidir o apoio, é fácil saber que ele decidirá pela coerência que o tem pautado. A mesma coerência que tem pautado o companheiro Derval de Paiva (PMDB), que foi eleito pra ser vice-prefeito de Raul e não traiu a ele, nem ao partido. Como vice, assumiu a prefeitura quando a legislação o permitiu e apoiou o companheiro de chapa Raul Filho (PT).

Quem vem da escola de Siqueira, como a senadora Kátia Abreu, deve saber que frutos podres ele colheu, ao semear em solo fértil, a semente do desrespeito e da incoerência que o DEMO vem plantando por todo o Estado.

 

Saulo Guimarães Neto.

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