O deputado estadual Eli Borges (PMDB) após participar da sessão de abertura dos trabalhos legislativos do semestre nesta terça-feira, 05, desabafou a um grupo de jornalistas sobre supostas perseguições que vem sofrendo por parte do governo. Borges disse que o “ Palácio Araguaia” continua destilando ódio contra sua pessoa.
O deputado disse que é uma pessoa humilde e apaixonada pela liberdade e que tudo se pode conseguir com ele, desde que o respeite, fato que não vem acontecendo segundo informou, “a forma de me levar é me respeitando, dialogando, mas acho que vão continuar desrespeitando”, disse. Eli informou que os ataques a sua pessoa partem principalmente dos veículos de comunicação alinhados ao governador. “Este jornal Folha do Estado (Jornal O Estado) é de um irmão dele (governador) e ele diz que não conhece”.
Eli fez revelações surpreendentes e disse que no domingo, 03, durante a reunião da Executiva Estadual do PMDB, foi preparado para fazer uma guerra “do tamanho da Assembléia”, segundo informou, a intenção inicial de alguns peemedebistas seria tirar o partido dele, com base na lei de infidelidade partidária, por ter subido no palanque de Raul Filho (PT) na sexta-feira 1º, durante inauguração do diretório petista e passar para outra pessoa o comando da sigla em Palmas, “mas eu estava preparado, respaldado por um precedente aberto pelo próprio governador Marcelo Miranda”.
Marcelo havia participado do comício de um candidato do PPS à prefeitura de Ananás no dia 26 de julho, mesmo o PMDB tendo como candidata no município, Marinalva Borges. O apoio de Marcelo ao candidato adversário levou a filiada Aldean dias Morais a protocolar a abertura de um processo contra o governador. No pedido encaminhado ao presidente do PMDB de Araguaína, Aldean relatava que o governador havia pedido votos para o candidato adversário.
Segundo Eli, no dia da reunião, a Executiva poderia ter fabricado um “herói”. O deputado disse que depois de 16 anos de política não faz mais besteira e sabe esperar o momento certo. Eli disse que o ponto fraco de políticos como ele é o diálogo franco, “é melhor ser sincero conversar francamente”.
Dulce Miranda
Eli acusou a primeira-dama Dulce Miranda de estar tentando cooptar seus assessores e de estar agindo nas suas bases e de seu irmão Samuel Borges, candidato a vereador pelo PMDB.
Segundo Eli estão colocando até pessoas para filmar o seu irmão. O deputado relatou uma conversa tensa ocorrida entre Evandro Gomes (PMDB), candidato a vice-prefeito de Nilmar Ruiz (DEM) e seu irmão. Gomes teria dito a Samuel que ele estaria pedindo voto para o Raul e obteve como resposta a pergunta se ele (Gomes) achava que Samuel era moleque. Evandro então teria ratificado a informação de que haveria duas pessoas o filmando. Eli fez questão de frisar que seu irmão é um homem sério, e lembrou que "ele foi gerente do Bradesco muitos anos e nunca aceitou um presente" e que, portanto, era burrice desconfiar dele.
Eli disse ainda que a primeira-dama é uma das mentoras das ações de enfrentamento à sua pessoa desde o resultado da convenção do PMDB, quando se escolheu que o partido não lançaria candidato próprio. “Ela liderou o batalhão de choque como um general”, arrematou.
Decisão da Executiva
Eli Borges disse que a decisão tomada pela Executiva Estadual recoloca o PMDB no caminho para ser bem sucedido em 2010. Segundo ele, na reunião, a sabedoria dos mais velhos do partido, a exemplo do deputado Osvaldo Reis e de Derval de Paiva foi o que contou. “Os novos estavam agitados querendo jogar gasolina na fogueira que estava ardendo, mas os velhos falaram. O próprio Osvaldo Reis foi uma pessoa muito sensata”, disse. Outro que o peemedebista afirmou ser uma pessoa muito equilibrada foi o deputado estadual Iderval Silva.
Processo
Uma fonte da Executiva Estadual do PMDB disse que o processo contra Eli Borges por infidelidade já está montado e vai ser protocolizado no dia 6 de outubro, pela manhã, no dia seguinte à eleição. Segundo a fonte, no processo constam as gravações da convenção do partido realizada no dia 22 de junho e imagens de Eli no palanque da coligação Força do Povo. A fonte informou também que o partido não vai renovar a presidência estadual da Comissão Provisória do PMDB Mulher, sobre o comando de Maria Helena Brito Miranda e que vence nos próximos 15 dias.
Umberto salvador Coelho