Nos dias 23 e 24/01, impactados pela barragem de Estreito, na divisa dos estados do Maranhão e Tocantins se reunirão em assembléia na cidade, no Clube das Mães, para tratar dos problemas causados pela construção da hidrelétrica. O evento terá a participação do prefeito da cidade de Estreito (MA), de professores da Universidade Federal do Tocantins e do Ministério Público Federal.
“Nosso objetivo é divulgar os passivos sociais e ambientais da hidrelétrica e construir uma pauta de reivindicação conjunta com os atingidos” afirmou Cirineu da Rocha, do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens).
O consórcio Ceste - formado pelas empresas Suez Energy International, Vale, Alcoa e Camargo Corrêa Energia - já foi alvo de seis ações judiciais, uma delas movida pelo MAB em parceria com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Um dos principais motivos da indignação da população é o processo de indenização dos que serão prejudicados direta ou indiretamente pela obra.
Segundo levantamento do MAB, a usina vai atingir cerca de 5 mil famílias, em 12 municípios. Para o Ceste, entretanto, são apenas 2 mil pessoas atingidas. O consórcio pretende indenizar apenas aqueles que são proprietários de terras e não reconhece os que têm profissões ligadas ao rio como os pescadores, barraqueiros e quebradeiras de côco.
Ainda segundo o MAB, as indenizações propostas pelo Ceste são inferiores às da barragem de Peixe Angelical e São Salvador, também construídas no rio Tocantins.
Outras assembleias
A assembléia de Estreito faz parte de uma série de reuniões organizadas pelo MAB na região amazônica. Assembléias em Rondônia e em Tucuruí também acontecem essa semana. Um dos objetivos é chamar a atenção para os problemas causados pelas hidrelétricas nessa região e tentar sensibilizar as lideranças internacionais que estarão no Fórum Social Mundial.
Programação assembleia popular sobre a UHE-Estreito
Local: Município de Estreito, Clube das Mães
Dia 23/01/2009
-09:00 Abertura da mesa com as autoridade presentes
-10:00 - I Painel: A transformação da bacia hidrográfica Tocantins e Araguaia a partir dos Projetos de Grande Escala;
- A territorialização das Hidrelétricas e suas conseqüências (Atamis Foscheira, Professor da UFT – Universidade Federal do Tocantins e Doutorando pela UNESP);
- A organização das famílias atingidas (Cirineu da Rocha MAB – Movimento dos Atingidos Por Barragens)
- A Experiência dos espaços de diálogo e negociação entre empresa, famílias atingidas e órgãos governamentais (com Dr. Álvaro Lutufo Mazano, Procurador do Ministério Publico Federal e Dr. Julho)
12:000 Almoço
14:00 Trabalhos em grupos por categorias (Assentados, Pescadores, Estrativistas, Barraqueiros, barqueiros, Agricultores, ribeirinhos…);
- Levantamento dos problemas;
- Construção das propostas para pauta nacional.
20:00 Filme Narrador de Javé.
Dia 24/01/2009
08:30 Apresentação dos trabalhos de grupos e debates;
10:00 II Painel: Mesa com autoridades governamentais.
- Qual o papel das instituições governamentais diante da problemática de Estreito;
- Qual a contribuição de cada instituição nessa problemática;
12:00 Encerramento das atividades.
Da redação com informações MAB