O termo ‘macrófitas aquáticas’ é conhecido pelas pessoas que residem próximas a lagos. A ocorrência dessa espécie de planta acontece principalmente pela pouca circulação de água e a grande incidência de luz. Segundo o biólogo Eduardo Ribeiro, curador do Herbário da Unitins – Fundação Universidade do Tocantins, os reservatórios de usina são locais propícios para o desenvolvimento dessa planta e podem prejudicar o funcionamento das turbinas
Com o objetivo de realizar mais estudos com as macrófitas aquáticas e minimizar a ocorrência no lago da Usina Hidrelétrica Estreito é que a Unitins e o Ceste – Consórcio Estreito de Energia, responsável pelo empreendimento, assinaram um convênio. “Essas plantas geralmente criam problemas em empreendimentos hidrelétricos e o nosso trabalho vai ser estudar a região da construção do lago e identificar as possíveis plantas que podem ocorrer quando da formação do lago”, explicou.
O projeto vai ter início no primeiro semestre de 2009 e está previsto para finalizar em 2011. Os pesquisadores do Herbário da Unitins, departamento responsável pela pesquisa, vão monitorar as plantas e a qualidade da água. “Todos os fatores que influenciam o desenvolvimento dessas espécies serão monitorados, já que elas ocorrem devido a uma determinada condição ambiental, com isso, nós vamos poder dizer que plantas estão ocorrendo e onde”, disse Ribeiro.
Ribeiro explicou também que o surgimento dessas plantas é um fenômeno natural, pois o ambiente é favorável, mas o desenvolvimento de forma desordenada é que causa problemas, comprometendo a qualidade da água e a operação da hidrelétrica.
O que é macrófita
As macrófitas aquáticas são importantes componentes de lagos, rios, reservatórios e outras coleções d’água, pois constituem significativa parcela do estoque alimentar, além de proporcionar abrigo para desova e proteção das fases jovens de organismos aquáticos. Promove a estabilização de sedimentos, a liberação de nutrientes, a diversificação de habitats, servindo inclusive de fonte de alimento aos peixes, aves e mamíferos, que favorece a maior biodiversidade local, entre outros efeitos desejáveis.
Porém, algumas espécies passam a desenvolver densas infestações, sendo consideradas plantas daninhas, ocorrendo na concentração de oxigênio dissolvido na água, que altera significativamente o seu balanço, provocando fatores irreversíveis ao ecossistema local. Portanto, causam a quebra do equilíbrio ecológico, pois ocorre mais produção de matéria orgânica do que o sistema é capaz de se decompor.
Fonte: Secom