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Geral

O Choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero musical, uma música popular e instrumental brasileira que conta com mais de 130 anos de existência. Os conjuntos que o executam são chamados de regionais e os músicos, compositores ou instrumentistas, são chamados de corões. Apesar do nome, o gênero é em geral de ritmo agitado e alegre, caracterizado pelo virtuosismo e improviso dos participantes. O choro representa a formação instrumental mais tipicamente brasileira e o agrupamento musical mais antigo dentro da música popular Brasileira.

O conjunto regional é tradicionalmente formado por um ou mais instrumentos de solo, como flauta, cavaquinho, bandolim, clarineta ou saxofone que executam a melodia, o cavaquinho que faz o centro do ritmo, um ou mais violões e o violão de 7 cordas (atuando como baixo) que formam a base do conjunto, além do pandeiro que faz a marcação de ritmo.

Em sua essência, o Choro é um gênero de música instrumental. Se tivéssemos que estimar, diríamos que menos de 5% de todos os Choros compostos até hoje têm algum tipo de letra a eles associada. É interessante observar, no entanto, que alguns Choros ficaram famosos exatamente por suas letras, em alguns casos ficando até difícil separar a música da letra. Um exemplo disso é o Choro “Carinhoso”, composto por Pixinguinha: é difícil cantarolar a melodia sem lembrar-se da letra.

O Choro nasce em meados do século XIX, no Rio de Janeiro, com a chegada da família real Portuguesa ao Brasil em 1808, que fugia da invasão de Napoleão e trazia consigo quinze mil europeus. Como conseqüência direta, a cidade do Rio de Janeiro passa por transformações urbanas e culturais sem precedentes. Músicos, novos instrumentos musicais e novos ritmos europeus chegam então com freqüência ao Rio de Janeiro, sendo imediatamente aceitos pela sociedade. Em pouco tempo, a cidade do Rio de Janeiro passa a ser conhecida, conforme dito pelo poeta Araújo Porto Alegre, como “a cidade dos pianos”.

A forma brasileira de se tocar a polca, o xote (ou scottish) – ritmos europeus introduzidos no Rio de Janeiro em 1845 e 1851, respectivamente, e o lundu – ritmo africano já presente na cultura brasileira da época, contribuiu largamente para o desenvolvimento do que viria a ser o Choro.

Em 1867, com dezenove anos de idade, o flautista Joaquim Antônio da Silva Calado já cria seu primeiro Choro, chamado “Flor Amorosa”. Por esse motivo, estabelece-se a década de 1870/1880 como aquela correspondente ao surgimento do Choro.

 

Texto extraido do Livro "Clássicos do Choro Trasileiro" de Ernesto Nazareth

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