Entre agosto e dezembro do ano passado, o desmatamento da Amazônia caiu 82% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a organização não-governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Como, no Brasil, o índice de desmatamento é calculado no período de agosto de um ano até julho do ano seguinte, a expectativa é que o resultado referente a 2008/2009 fique abaixo dos 10 mil km quadrados desmatados. Na avaliação do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), apesar de esse número merecer comemoração, ele ainda está muito acima do limite aceitável.
“Faço parte do grupo que acredita na possibilidade de alcançarmos um desmatamento zero na Amazônia. Esse grupo, que antes incluía apenas ambientalistas e membros de ONGs, passou a contar com um número cada vez maior de pessoas, inclusive de agropecuaristas, que estão abrindo os olhos para a importância da preservação ambiental na regularidade do regime de chuvas e de outras variáveis climáticas que afetam diretamente o agronegócio”, afirmou Valdir Raupp.
Visando contribuir para a redução do desmatamento, Raupp apresentou, em setembro do ano passado, projeto (PLS 342/08) propondo uma moratória de dez anos para a concessão de autorizações de desmatamento na Amazônia Legal e para a renovação das autorizações em vigor. Ele excluiu da moratória as propostas que contem com um plano de manejo florestal sustentável, aprovado pelo órgão ambiental competente.
Raupp também propôs a criação de incentivos para o surgimento de projetos que priorizem a floresta como ativo econômico. O objetivo é preservar a floresta primária, sua biodiversidade e seus valores culturais e históricos. Ele também advoga a importância da regularização fundiária e da anistia das multas ambientais aplicadas contra proprietários rurais, procurando preservar os direitos dos que desbravaram a região.
“Enquanto 50% da madeira comercializada for de origem ilegal, enquanto a exploração da madeira e a expansão da fronteira agrícola forem feitas de maneira caótica e descontrolada, enquanto não aprendermos a conciliar sustentabilidade e preservação com crescimento econômico e desenvolvimento social, o padrão econômico da região continuará dependendo de ações predatórias como o desmatamento ilegal”, opinou o senador.
Em aparte, o senador Gilberto Goellner (DEM-MT) defendeu a reativação da comissão mista sobre as mudanças climáticas, que havia estabelecido um diálogo entre representantes do governo, organizações não-governamentais e produtores rurais. Ele lamentou que depois de poucas reuniões os trabalhos tenham sido interrompidos e criticou o fato de as partes envolvidas na discussão não exprimirem sua verdadeira posição.
Fonte: Agência Senado