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Foto: Jonas Pereira

Foto: Jonas Pereira

A realização no Plenário do Senado de uma vigília em favor da preservação da Amazônia foi autorizada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e acontecerá na próxima quarta-feira, 13.

O pedido para a realização da vigília foi feito a Sarney pela atriz Christiane Torloni e pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC), presidente da CMMC, além de outros senadores e deputados.

Em reunião no gabinete da Presidência do Senado, a atriz entregou a Sarney o documento intitulado Amazônia para Sempre, de autoria dela e dos atores Juca Oliveira e Vítor Fasano, que recebeu mais de um milhão de assinaturas de apoio.

Sarney agradeceu a participação dos artistas que se engajaram no movimento e lembrou que os brasileiros "foram capazes de trazer a Amazônia até o século 21", quando no século 19 grandes companhias colonizadoras promoveram a devastação florestal em vários países. Tentaram inclusive no Brasil, mas a população brasileira reagiu e não deixou, de acordo com o presidente.

Sarney também ressaltou que a legislação de meio ambiente brasileira é uma das melhores do mundo e lembrou que quando foi presidente da República criou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), trouxe ao Brasil a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) e criou extensa legislação de proteção do ambiente.

“Com certeza seremos o país a dar exemplo de como usar os recursos naturais sem destruir a Terra”, disse o presidente do Senado.

A atriz Christiane Torloni, que havia participado de uma reunião da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climática pouco antes do encontro com Sarney, disse que o movimento Amazônia para Sempre é uma iniciativa tomada por artistas que se impressionaram com o desmatamento quando gravaram uma minissérie na Amazônia. “O movimento é uma carta aberta da sociedade civil que conclama à proteção da Amazônia. Queremos deixar de ser os vilões e passarmos a ser os guardiões do planeta”, disse ChristianTorloni.

A atriz contou que deseja entregar o documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas tenta sem sucesso uma audiência há oito meses. Christiane Torloni explicou que, após falar sobre o assunto em um programa de televisão, foi procurada pela CMMC e pelo gabinete da Presidência do Senado para que apresentasse aos parlamentares o seu manifesto.

Na reunião, Christiane Torloni lembrou que o movimento das Diretas Já, que completou 25 anos e do qual participou, foi frustrado por parlamentares que não aprovaram as eleições diretas, apesar do clamor popular. A atriz acredita que o momento agora é diferente e que os cidadãos podem abrir o debate sobre a preservação ambiental e assim talvez sensibilizar os parlamentares, empresários do agronegócio e outros envolvidos na questão.

A senadora Marina Silva (PT-AC), presente no gabinete da Presidência, louvou a iniciativa da atriz e o esforço que vem fazendo para conseguir que as autoridades prestem atenção ao movimento. Marina destacou a importância de tal atitude em um "momento difícil", em que cinco medidas provisórias e 18 decretos legislativo ameaçam a preservação da Amazônia por revogarem medidas de proteção já aprovadas. “Esse alerta pode ser orientador de novas atitudes”, disse a senadora.

O senador Jefferson Praia (PDT-AM), a quem o presidente Sarney pediu a opinião, disse ficar satisfeito que a Amazônia desperte tanta atenção e preocupação, acrescentando que coloca no mesmo plano da preservação ambiental a sobrevivência dos 25 milhões de brasileiros que habitam a região. “São pessoas simples, ribeirinhos, que dependem das nossas decisões aqui”, lembrou Jefferson Praia.

Também convidada pelo presidente Sarney a falar, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) externou sua alegria ao ver a sociedade civil se movimentando e atores usando a visibilidade que têm em prol da Amazônia, no sentido de sensibilizar o coração dos brasileiros. Fátima Cleide lembrou que atualmente o Senado é dirigido por um nativo da região. “Nascido no interior, em uma casinha na beira do rio”, acrescentou o presidente Sarney.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) falou também a pedido de Sarney e afirmou que a correlação de forças no Congresso Nacional às vezes não é favorável aos que desejam a preservação, mas que a vinda da sociedade civil ao Parlamento pode ajudar a mudar esse quadro.

Também participaram da reunião no gabinete de Sarney os senadores Romeu Tuma (PTB-SP), Renato Casagrande (PSB-ES) e Valdir Raupp, além de deputados e assessores.

Organização

A vigília que teve autorização na terça-feira, 05, será organizada pelas Comissões Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC); de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH); e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Representantes da sociedade civil também participarão da vigília.

Da redação com informações Agência Senado

 

Tags: Amazônia, Senado