Na reunião do V Fórum de Governadores da Amazônia, que aconteceu na última sexta-feira, 26, no Palácio Araguaia, em Palmas, capital do Tocantins, os governadores da Amazônia aderiram à proposta defendida pelo ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, de que o país se beneficie com créditos do mercado de carbono florestal.
Para o ministro, que participou do Fórum, o Plano Amazônia Sustentável (PAS) e a regularização fundiária criaram as condições ideais para o Brasil utilizar os recursos deste mercado para financiar o desenvolvimento sustentável no país.
Segundo Mangabeira não seriam beneficiados com recursos apenas as áreas de risco de desmatamento, mas também as florestas preservadas. “Porque privilegiar apenas áreas de pressão seria punir aqueles que preservaram”, afirmou Mangabeira.
Pela proposta defendida pelo ministro os recursos arrecadados no exterior seriam revertidos às comunidades locais da Amazônia Legal, subsidiando, ao mesmo tempo, a preservação e o desenvolvimento sustentável da região. Há estimativas de que o mercado de carbono seria capaz de movimentar entre 41 bilhões e 63 bilhões de dólares.
Os governadores concordaram com a necessidade de uma proposta para o Brasil sobre o tema em nível internacional com apoio do presidente Lula. A proposta é que o crédito de carbono financie, com recursos internacionais, comunidades locais da Amazônia para o trabalho de preservação de florestas nativas.
A geração de créditos por REDD - Redução por Desmatamento Evitado, teria de ultrapassar as atuais metas de redução de desmatamento. Essas chamadas "adicionalidades" gerariam créditos a serem negociados pelo Brasil em outros países.