O falecimento do bibliófilo e empresário José Mindlin, de 95 anos, ocorrido ontem, domingo (28) foi lamentado pelo reitor da Universidade Federal do Tocantins e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) Alan Barbiero. “É com profundo pesar que recebemos a notícia da morte do José Mindlin, um homem que se destacou no cenário cultural, por prestar relevantes contribuições ao setor literário do país”, destacou Barbiero.
José Mindlin foi homenageado pela UFT como o título de Doutor Honoris Causa em 22 de outubro de 2004, durante solenidade que aconteceu no auditório do Palácio Araguaia em Palmas. O evento foi a primeira cerimônia de Doutor Honoris Causa realizada no Tocantins. Na oportunidade, Mindlin fez a seguinte declaração: “Existe na Universidade Federal do Tocantins uma disposição inovadora acompanhando as mudanças que vêm ocorrendo no país e no mundo, coisa que, as universidades têm mais dificuldade de conseguir”, disse.
Barbiero destaca ainda que José Mindlin, detentor de vários prêmios nacionais e internacionais, será sempre lembrado por sua paixão pelos livros, mas “seu legado transcende a bibliofilia e se afirma no exemplo de retidão e de compromisso com os princípios da moral e da ética”, afirma o reitor da UFT. José Mindlin morreu na manhã de ontem por falência múltipla de órgãos.
Histórico
Em 2006, Mindlin entrou para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira número 29, antes pertencente ao historiador e escritor Josué Montello. José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo em 8 de setembro de 1914. Formou-se em Direito em 1936, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Advogou até 1950, quando foi um dos fundadores e presidente da empresa Metal Leve S/A, empresa pioneira em pesquisa e desenvolvimento tecnológico próprio no seu campo de atuação. Em sua atividade empresarial desenvolveu grande esforço em prol do avanço tecnológico brasileiro e no processo de exportação de produtos manufaturados brasileiros.
Mindlin foi membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco, e da Academia de Letras da Bahia. Promoveu edições de livros e revistas de arte e literatura, e de bibliografia brasileira. Publicou vários artigos e o livro: “Uma vida entre livros reencontros com o tempo”. Ele ainda foi eleito para a Academia Paulista de Letras em 1999, e recebeu o prêmio Juca Pato como intelectual do ano de 1998.
Mindlin foi dono de uma das mais importantes bibliotecas privadas do país, que começou a formar aos 13 anos e, em 2006, doou cerca de 45 mil volumes, entre coleções e folhetos, para a Brasiliana USP, no campus da universidade, em São Paulo.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação UFT