Da mesma forma como vai se distanciando do candidato do PSDB, José Serra, na corrida pela sucessão do presidente Lula, a candidata do PT, Dilma Rousseff, vai ampliando também a margem de aliados que poderão vir a governar com ela os estados brasileiros a partir de 2010.
O Congresso em Foco analisou as últimas rodadas de pesquisa disponíveis em 26 estados do país (apenas no Pará não há pesquisa disponível). Elas mostram que hoje os partidos e candidatos que apoiam Dilma estão na frente em 18 estados. Os aliados de Serra lideram em 8. Marina Silva, apoiada apenas no PV, não tem candidatos liderando as pesquisas estaduais. Nem os demais candidatos à Presidência.
Embora o PTB seja formalmente aliado de Serra, o Congresso em Foco colocou o senador Fernando Collor, que lidera as pesquisas em Alagoas, na quota de Dilma. É como aliado do governo e da candidata do PT que ele se apresenta na campanha em seu estado.
A vantagem de Dilma está na ampla aliança que ela formou, especialmente nas parcerias com o PMDB e o PSB. Candidatos peemedebistas lideram neste momento as pesquisas no Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba e Rio de Janeiro. O PSB está na frente no Ceará, no Espírito Santo, em Pernambuco e no Piauí. E o próprio PT de Dilma lidera no Acre, na Bahia, no Rio Grande do Sul e em Sergipe.
O PMN lidera no Amazonas. Há Collor em Alagoas. E o PP, embora não tenha formalizado apoio a Dilma, a apoia informalmente. E lidera as pesquisas em Santa Catarina e Roraima. Em Roraima, a última pesquisa Ibope aponta um empate em 41% entre Neudo Campos, do PP, e José Anchieta, do PSDB.
Sustento próprio
O PSDB de Serra sustenta-se praticamente sozinho. Em termos individuais, os tucanos lideram pesquisas na mesma quantidade de estados que o PMDB. E são os dois partidos com mais candidatos na frente.
Os tucanos têm a vantagem de estar na frente, com larga margem, em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. Ali, Geraldo Alckmin lidera com 33 pontos percentuais à frente de Aloízio Mercadante, do PT. Além de São Paulo, o PSDB lidera em Goiás, Paraná, Rondônia, Tocantins e Roraima. Em Roraima, dividindo a liderança com o PP. Seu principal parceiro, o DEM, lidera no Rio Grande do Norte. E o PTB lidera no Amapá.
Nem sempre a força das eleições estaduais reflete-se na eleição nacional. Serra é líder na região Sul, mas seus candidatos a governador só lideram as pesquisas no Paraná, com Beto Richa, do PSDB. No Sudeste, onde se concentram os maiores colégios eleitorais, vantagem de Serra em São Paulo com Alckmin. Mas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, estão na frente candidatos ligados a Dilma. Se Alckmin pode ganhar no primeiro turno em São Paulo, Sérgio Cabral, do PMDB, tem as mesmas chances no Rio.
Na região em que mais perde para Dilma, o Nordeste, o PSDB de Serra não lidera em nenhum estado. Ali, só um aliado tem boas chances: Rosalba Ciarlini, do DEM, no Rio Grande do Norte. Em compensação, o PT lidera na Bahia e em Sergipe. O PSB no Ceará, em Pernambuco e no Piauí, com grandes chances de reeleger ainda no primeiro turno Cid Gomes, no Ceará, e Eduardo Campos, em Pernambuco.
No Norte, de estados com pouca expressão eleitoral, os tucanos lideram em Rondônia, Roraima e Tocantins. O Amazonas pode dar um governador para o PMN, aliado de Dilma: Omar Aziz.
No Centro-oeste, o candidato do PT, Agnelo Queiroz, vem diminuindo a vantagem que tinha Joaquim Roriz, do PSDC. Roriz ainda corre o risco de ter a sua candidatura cassada com base na Lei da Ficha Limpa. Em Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, confere um bom palanque para Serra. E tanto em Mato Grosso como em Mato Grosso do Sul, a liderança no momento é do PMDB.