O Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) deve concluir até o fim de setembro mais uma
pesquisa nacional para definir a taxa de sobrevivência das empresas, em um
espaço de tempo equivalente a três anos, conforme adiantou o gerente de
Atendimento Individual da instituição, Enio Duarte Pinto.
Ele disse que o objetivo do levantamento é de simplesmente verificar, de tempos
em tempos, a evolução das empresas de pequeno porte que se consolidam no
mercado doméstico. E o que se tem observado, segundo ele, é que o cenário
empresarial “tem se firmado bastante nos últimos anos”, em decorrência da
melhoria do ambiente econômico e de mais investimentos em gestão.
Enio Pinto disse que o Sebrae já realizou duas pesquisas do gênero, em 2002 e
em 2005, e constatou que a taxa de sobrevivência naquele período aumentou de
51% para 78%, o que considerou como um “avanço estupendo” em termos de Brasil.
Ressaltou, porém, que uma taxa de mortalidade de 22% em três anos ainda é muito
alta, comparada à taxa média de 10% a 15% em economias mais desenvolvidas, como
Inglaterra e Alemanha, por exemplo.
O gerente do Sebrae acredita, no entanto, que os indicadores devem ter
melhorado mais de 2005 para cá, em que pese as dificuldades criadas pela crise
financeira mundial, iniciada em agosto de 2007, no mercado imobiliário
norte-americano, e que se deteriorou em setembro de 2008 com a quebra do banco
de investimentos Lehman Brothers, dos Estados Unidos.
Apesar disso, assegura que “tivemos um período favorável ao desenvolvimento de
pequenos negócios”, em virtude da redução e controle da inflação, da gradativa
diminuição das taxas de juros, da maior oferta de crédito para pessoas físicas,
em 2009, e do consequente aumento do consumo que isso proporcionou;
especialmente para as classes de menor poder aquisitivo.
O mais importante, segundo ele, é que tem melhorado também a qualidade
empresarial do brasileiro, com mais gente de nível superior na gestão das novas
empresas e com experiência anterior em empresas privadas. Em resumo, “temos
atualmente empresários mais capacitados para enfrentar os desafios do mercado,
que passaram a cuidar melhor das empresas e desperdiçam menos energia com
possíveis problemas da conjuntura econômica”, afirmou.
Perguntado se dava para fazer um prognóstico específico sobre a “mortalidade”
de empresas familiares, Enio Pinto disse que desconhece por inteiro qualquer
pesquisa exclusivamente nessa segmentação. Informado de que o presidente da
Strategos Strategy & Management, Telmo Schoeler, afirmara em seminário da
Fecomercio de São Paulo, na semana anterior, que 70% das empresas familiares
não chegam à segunda geração, ele demonstrou ceticismo.
“Não conheço o especialista nem sua empresa, e desconheço qualquer pesquisa
nesse sentido. Até gostaria de saber sobre tal estudo. Além do que uma geração
equivale a 25 anos, o que se constitui um horizonte muito longo para
acompanhamento. Também não tenho como comparar a dimensão humana que orienta
uma família”, acrescentou o gerente do Sebrae.
Fonte: Agência Brasil