Na noite desta segunda feira, 22, cerca de 120 pessoas, dentre estudantes, militantes e professores, participaram da discussão sobre as cotas para negros na universidade no campus de Palmas da Universidade Federal do Tocantins.
O reitor da UFT, professor Alan Barbiero participou do debate e o professor Francisco Esteves foi o debatedor sobre a temática
Barbiero explanou sobre a importância das políticas de ações afirmativas para a sociedade brasileira, e frisou que as medidas devem ser fruto de um debate em cada instituição, pautado pela autonomia universitária e na realidade onde estiverem inseridos.
O professor Francisco fez um explanação das desigualdades impostas aos negros historicamente, ressaltando a urgência na implementação de medidas reparatórias para minorar os problemas enfrentados por esta população.
Compromisso
O reitor se comprometeu a aprofundar o debate sobre a implementação das políticas de ações afirmativas na UFT e afirmou que isso não depende apenas da reitoria mas de todo o conjunto da universidade.
O primeiro passo, segundo ele, pode ser as cotas para as comunidades quilombolas. Barbiero disse que é favorável a uma política afirmativa que leve em conta o caráter socioeconômico.
Sugestões
Professores, estudantes e militantes do movimento negro sugeriram ainda que o tema seja inserido no debate para o Estatuto da UFT e que a questão étnico racial seja normatizada pela reitoria para que seja presente em todas as semanas acadêmicas e prioritariamente nas grades dos cursos de licenciatura da universidade, como forma de aprofundar o debate.
As lideranças do movimento negro pretendem convocar para o próximo ano uma audiência pública com a reitoria da UFT, Ministério Publico Federal, MEC e a sociedade civil para discutir a implementação da proposta.
O evento contou ainda com o lançamento do livro do professor Portelinha sobre a Africa e Zumbi, uma história afro-brasileira romanceada.