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Polí­tica

Foi realizada na manhã desta quinta-feira, 28, a reunião entre os deputados estaduais do Tocantins e a comitiva político-administrativa do Oeste da Bahia que veio ao Tocantins para iniciar os estudos necessários para a divisão da Bahia e a criação do Estado de São Francisco.

Em entrevista coletiva concedida antes do início da reunião, o deputado estadual baiano, Herbert Barbosa (DEM), líder da comitiva, informou que o objetivo do grupo é conhecer a fundo os movimentos que levaram à divisão do norte goiano e a criação do Tocantins. “Nós hoje, aqui, somos alunos que viemos aprender com os professores do Tocantins todos os passos que foram seguidos pela criação do Estado”, completou.

A visita ao Tocantins, segundo Barbosa, é apenas o primeiro passo para o início dos estudos sobre a divisão de um Estado para a criação de um novo. O passo seguinte, ele informa, é levar para o congresso federal a proposta de criação do estado de São Francisco.

O deputado frisou, no entanto, que a disputa não será fácil, nem dentro da Bahia, nem na bancada federal baiana. De acordo com ele, dos 63 deputados estaduais locados em Salvador, 50 são da base do governador Jacques Vagner (PT) e apenas 13 são da bancada de oposição ao governo. “O governo nunca vai facilitar a nossa proposta”, disse.

Números

O deputado informou ainda que o restante da comitiva ainda traria documentos com os números necessários para embasar a decisão de se separar o Oeste da Bahia. Segundo ele, a região possui as características necessárias para se formar enquanto Estado independente.

Barbosa informou que, ao todo, a princípio, são 32 municípios, com cerca de 1,2 milhão de habitantes e uma média de 650 mil eleitores.

Além do forte desenvolvimento agrícola e potencial econômico da região – o deputado informou que somente o município de São Desidério tem um PIB de R$ 6 bilhões – as principais justificativas para a separação do Oeste Baiano é a distância da região em relação à capital, Salvador (900 Km) e a maior identificação cultural com a região Centro-Oeste. “Sempre que precisamos de faculdades, hospitais, nós procuramos as cidades de Goiânia e Brasília”, disse.

Ainda com relação às contribuições financeiras da região Oeste da Bahia com o se Estado, o deputado do DEM destacou que os vizinhos do Tocantins, somente no ano de 2009, contribuíram com mais de R$ 270 milhões em ICMS. “Em 2010, este valor deve ter superado os R$ 300 milhões”, concluiu.

O deputado ainda frisou que a região, assim como o norte de Goiás, entes de se tornar Tocantins, sempre sofreu com o descaso por parte do governo vigente. “Não apenas este governo que está aí. Em todos os governos faltou uma atenção maior com a nossa região”, completou.

A capital

Quando questionado sobre a futura capital, o deputado frisou que a cidade mais adequada para assumir este papel, é o município de Barreiras, por conta de seu grande volume populacional e representatividade dentro da região. "É uma cidade com mais ou menos 140 mil habitantes e é a que mais centraliza a nossa região", frisou.

A comitiva

A comitiva do Oeste Baiano conta hoje com cerca de 20 pessoas, entre políticos e empresários da região. “A nossa comitiva ainda é modesta, mas se for preciso, nós trazemos mais gente para fazer um barulho maior”, disse o deputado, informando ainda que a causa conta com a aceitação da maior parte da população da região.