Esteve no Centro Agrotecnológico de Palmas, durante a Agrotins 2011, na manhã desta quarta-feira, 11, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que comentou, em entrevista coletiva sobre a votação do novo Código Florestal, que começou ontem, na Câmara dos Deputados.
Durante a coletiva, o ministro informou que o código precisa ser mudado para valorizar os produtores rurais de grande e pequeno porte. “O código necessita ser mudado para dar mais garantias ao produtor. Hoje, qualquer produtor tem garantias de produção. Tem financiamentos, Pronaf e mudanças da reforma agrária”, completou.
Um dos principais pontos que tem gerado divergências entre as bancadas ambientalista e ruralista na Câmara, é o artigo 24 do novo código, que trata da redução das áreas de reserva para Proteção Permanente, que hoje está em 30 metros. De acordo com ambientalistas, com esta diminuição garantida, as matas ciliares que suportam as margens de rios e córregos ficam ameaçadas, colocando em risco de assoreamento as nascentes de água nas terras.
De acordo com o ministro, no entanto, o Brasil já conta com uma grande reserva de áreas verdes, cobrindo mais da metade do território nacional.“Temos 55% de todo território nacional coberto por mata nativa, do jeito que Colombo encontrou aqui”, completou.
Produtores como vilões
Rossi frisou que as crescentes cobranças com relação à preservação ambiental tem mudado o ponto de vista da população com relação aos produtores rurais. O ministro da agricultura, informou que os produtores não podem ser vistos como vilões da natureza. “Ninguém respeita mais a natureza do que os produtores rurais. Eles dependem dos recursos naturais para manter sua produção”, disse.
Cobranças
Durante a entrevista, Wagner Rossi ainda informou que, com o novo Código Florestal Brasileiro, o País terá as garantias de manter a produção agrícola nacional em alta e competitiva com as maiores economias do mundo. O ministro ainda culpou os países desenvolvidos de tentar “barrar” o desenvolvimento econômico de economias em desenvolvimento através de cobranças ambientais mais severas.
O ministro frisou que as cobranças em cima dos países em desenvolvimento, por parte das maiores economias globais, iniciaram depois que as nações desenvolvidas acabaram com seus recursos naturais. “Não podemos ser cobrados por países que destruíram todas as suas reservas”, completou.
Agronegócio em alta
Como não poderia deixar de ser, o ministro Wagner Rossi defendeu a produção agrícola brasileira, usando como base os bons resultados que o setor tem trazido para a economia nacional. De acordo com ele, no ano passado, foi o agronegócio quem garantiu as altas na economia, segurando as baixas na indústria e na prestação de serviços. “Foram U$ 60 bilhões de superávit”, informou.