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Polí­tica

Foto: Divulgação

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Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta-feira, 15, o presidente nacional do PTB, Roberto Jéfferson, comentou abertamente sobre diversos assuntos, entre eles mensalão, afastamento, eleições 2012 e candidaturas futuras.

De acordo com o presidente do petebista, muita coisa mudou desde que ele foi um dos que denunciou o esquema de corrupção eleitoral do governo então iniciante de Lula. “Penso que a imprensa hoje tem uma visão mais clara daquele processo, fiscaliza mais profundamente. A sociedade em função disse é mais vigilante também”, completou.

Segundo Jéfferson, desde que o mensalão veio a tona, no princípio de 2003, não mais se ouviu falar de esquemas de verbas ilícitas para compras de votos. “Aquela forma de pagamento pela mesada, pelo apoio ao princípio do governo do presidente Lula não existe mais”, disse, esquecendo-se das denúncias de “mensalinho” em Minas Gerais, por exemplo.

Mesmo sendo um dos principais prejudicados depois das denúncias do mensalão, Roberto Jéfferson frisou que não se arrepende de ter jogado a sujeira no ventilador na época. De acordo com Jéfferson, ele faria tudo novamente, mesmo estando fora de eleições até 2018, quando termina a punição pela cassação de seu mandato.

PTB Brasil e Tocantins

Hoje, em todo o Brasil, o Partido Trabalhista Brasileiro possui cerca de 450prefeitos e 2,5 mil vereadores, segundo informou Roberto Jéfferson. A intenção, segundo ele, para as eleições municipais do ano que vem, é fazer com que o partido cresça em número de mandatários, fazendo, pelo menos, 500 prefeitos e 3 mil vereadores. “É um pensamento moderado, mas é o do bom senso. Temos feito esse esforço. Viajado o Brasil, construído o PTB jovem, o PTB mulher”, completou.

Já no Tocantins, segundo o presidente petebista, hoje são cerca de 10 prefeitos e 56 vereadores. Também presente na coletiva, o presidente regional do partido, deputado José Geraldo de Melo Oliveira informou que o partido pretende aumentar seu número de mandatários, inclusive em Palmas.

Para a capital do Tocantins, o deputado José Geraldo antecipou que um dos nomes fortes para concorrer nas eleições do ano que vem é o do ex-deputado federal Antônio Jorge Godinho. Contudo, segundo ele, o partido ainda pretende chegar a um consenso sobre o tema.

Roberto Jéfferson frisou que, com a antecipação do nome de Jorge para a eleição de 2012, é possível que mais interessados em concorrer possam se filiar ao PTB. “Hoje, como deputado estadual, a responsabilidade que tenho com líderes do estado inteiro, estamos focado nesse trabalho. Fortalecer o nosso partido, crescer e fazer uma pregação para o nosso estado de um modelo que a gente acredita”, disse.

Antônio Jorge frisou que, caso seja o indicado pelo partido para concorrer no pleito do ano que vem, ele pretende trabalhar no sentido de fortalecer sua candidatura. “Já temos uma folha de serviço prestado no Estado. Tem outros nomes que vamos trabalhar nesse sentido. Vamos fazer o possível para ter a candidatura própria do PTB em todo o Estado”, salientou.

Dilma x Lula

Quando questionado sobre a principal diferença entre as gestões do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, Jéfferson destacou que a atual mandatária tem o perfil mais administrador do que o ex-presidente, que, segundo ele, era mais político. “A presidente Dilma não tem perfil político e nem paciência para fazer. Ela é uma tocadora de governo, ela é uma executiva e o Lula, que é um político nato, cresceu no ponto de vista nacional e internacional”, completou.

O ex-deputado federal ainda destacou que a Casa Civil não pode cumprir o papel de fazer política sob pena de expor a administração da presidente à situações de risco. Usando de uma metáfora interessante, Roberto Jéfferson frisou que a atual Casa de Gleisi Hoffmann seria como a sacristia de uma igreja, “a véspera do altar”. “Com a Gleisi eu tenho certeza de que acertou por que é um perfil executivo, um perfil Dilma. A Ideli é muito política. Ela acha que adversário político é inimigo”, disse, ressaltando, ainda a capacidade do vice-presidente Michel Temer (PMDB) em fazer essa articulação política para o governo.