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Campo

Foto: Juliano Ribeiro

Durante palestra realizada na Expo Florestas na tarde desta terça-feira, 20, o engenheiro florestal, mestre, doutor e PHD em Ciências e Recursos Florestais, Laércio Couto disse que o zoneamento ecológico esquemático para reflorestamento no Estado é o primeiro passo para o início da silvicultura. Segundo ele, é o zoneamento que indicará ao produtor o quê plantar e onde.

“Através do zoneamento o produtor decidirá primeiro a área a ser plantada, segundo o levantamento da situação do solo antes do início do plantio, e por último definir a espécie a ser cultivada, que pode ser exótica ou nativa”. Couto explicou sobre as características das principais espécies exóticas, como o eucalipto, pinus, acácia, mogno, teca e leucena.

De acordo com o engenheiro, das espécies exóticas a principal é o eucalipto. No Brasil a cultura já é extremamente avançada, com rápido crescimento e pode ter várias utilidades, como lenha, carvão vegetal, mouros, bicombustível e celulose. “No Tocantins, o plantio de eucalipto é expressivo e pode ainda ser cultivado em sistema de consórcio, como a silvipastoril, que é a integração do eucalipto com as pastagens”, acrescentou.

Já sobre as espécies nativas como pequi, caju, baru, entre outras, Couto lembrou que o produtor encontrará algumas dificuldades para o plantio, como a falta de sementes e de mudas, sendo mais indicadas para áreas a serem preservadas ou conservadas, com exceção para a seringueira, pois as mudas são produzidas através de clones.

Seringueira

Os benefícios das plantações de seringueira foram destacados na palestra do engenheiro Agrônomo Rochester Lourenço Correa, que defendeu a cultura que melhor atende os aspectos ecológicos, social e econômico. “Todos os países possuem demanda para o látex. Atualmente, o consumo é muito maior que a produção, e o produtor tem a comercialização garantida pela indústria de pneus”.

Correa disse que o látex é o segundo produto agrícola importado pelo Brasil, sendo 68% da borracha natural utilizada nas indústrias. De acordo com o engenheiro agrônomo, a América Latina teve em 2009, uma produção de 238.000 toneladas de borracha natural, e consumiu 1.354.600 toneladas. Ainda segundo ele, no Brasil os principais estados produtores são: São Paulo, Mato Grosso e Bahia.

“O Tocantins entra no mercado com projetos expressivos a serem implantados, e com grandes chances de sucesso, pois possui solo e clima propício para a cultura”, destacou Couto acrescentando que no aspecto social, a cultura de seringueira fixa a mão-de-obra rural, especialmente a familiar, e que a sangria (produção) é feita entre 10 e 11 meses por ano. “E o que é melhor, pode ser produzido em grandes, médias e pequenas propriedades”, concluiu.

Evento

O Expo Florestas promove o debate do desenvolvimento sustentável e econômico da silvicultura para o Tocantins e está sendo realizado no auditório da ATM – Associação Tocantinense dos Municípios - em Palmas. Participam do encontro produtores, empresários, estudantes e pesquisadores. O evento prossegue até amanhã com participação gratuita.

Ao todo, serão 18 palestras ministradas por especialistas na área florestal do Estado e do Brasil, abrindo o debate para assuntos fundamentais para o desenvolvimento da silvicultura, além de rodadas de negócios e ação paralela de educação ambiental. Uma junção de esforços, reunindo na sua concepção a PR pesquisa, tecnologia disponível e discussão na busca pela geração de riquezas de forma sustentável. (Ascom Seagro)